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I SÉRIE — NÚMERO 67

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O Sr. João Semedo (BE): — Sr.ª Presidente, quero, quero.

Só para dizer uma coisa muito simples, Sr. Deputado. Sobre a sua honra não direi uma só palavra, repito,

sobre a sua honra não direi uma só palavra, mas sobre a sua ignorância política tenho muito para dizer.

Aplausos e risos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.as

e Srs. Deputados, vamos prosseguir com a nossa ordem de

trabalhos.

O próximo ponto é a discussão o projeto de resolução n.º 177/XII (1.ª) — Recomenda ao Governo que

garanta aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo o financiamento necessário para permitir o arranque

imediato da construção dos navios asfalteiros contratados com a Venezuela (PCP).

Para apresentar o diploma, tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Quero, em primeiro lugar, saudar os

trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que decidiram, aqui, hoje, estar presentes para

assistir ao debate desta iniciativa política do PCP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — É tempo — é mais que tempo —, Srs. Deputados, de a Assembleia da

República tomar uma posição política clara sobre a situação de impasse e bloqueio que se vive nos Estaleiros

Navais.

A verdade é que o que se está a passar nos Estaleiros Navais é completamente irracional. Há 650

trabalhadores paralisados, mas há um contrato assinado há um ano para a construção de dois navios que não

está, pura e simplesmente, a ser cumprido.

O que se passa nos Estaleiros Navais não é só irracional como também é quase inacreditável.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Têm contratos de construção que se traduzem em 130 milhões de euros de

exportações, já receberam um sinal pelo contrato, mas agora não há dinheiro, diz o Governo, para avançar

com a compra de aço e dos motores que permitam o arranque da construção. E se a construção não começar

até abril, o contrato é denunciado e os Estaleiros Navais têm de devolver o adiantamento e pagar multas de

incumprimento.

Sr.as

e Srs. Deputados, não vale a pena fazer o discurso das indústrias do mar e da defesa no aparelho

produtivo,…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Honório Novo (PCP): — … não vale a pena falarem de exportações, não a vale a pena falarem em

crescimento económico. Os Estaleiros Navais e o que lá se está a passar são o desmentido formal de toda

esta retórica.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — E, por favor, não digam que não há dinheiro. Para o BPN, em garantias e

capital, vai haver 750 milhões de euros até fevereiro. Para a generalidade da banca, vão entrar mais 1500

milhões de euros, para que ela se recapitalize por causa de os fundos de pensões transferidos para o Estado

não estarem devidamente provisionados.

Se há todo este dinheiro para a banca — e há dinheiro vivo, líquido —, também pode haver 4, 5, 6 ou 7

milhões de euros de liquidez, de tesouraria, para os Estaleiros Navais poderem comprar aço e motores que

lhes permitam trabalhar durante os próximos três anos.

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