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I SÉRIE — NÚMERO 68

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Dizia-nos o Sr. Primeiro-Ministro que «honra é não andar de mão estendida», ora, honra é não entregar a

um interesse estratégico externo aquele que é um interesse da economia portuguesa e da vida em Portugal…

Por isso, talvez haja algum sentido novo quando nos diz que, «custe o que custar, aplicam-se as medidas

de austeridade»…! Até destruindo os bens públicos essenciais!…

Como eu o percebo, Sr. Primeiro-Ministro, quando diz que se identifica com o programa da troica, que não

é uma cruz com que andamos às costas… Pois não! A cruz é a cruz com que os portugueses andam às

costas todos os dias!…

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — … os que ficaram nesta semana saber: mais 7 dias de trabalho gratuito! E

o Sr. Primeiro-Ministro privatiza a eletricidade…! 31% de jovens desempregados e o Sr. Primeiro-Ministro

privatiza a eletricidade…!

E que topete tem o Governo para nos vir aqui dizer, neste debate, que está tão preocupado com os

jovens…! Mas qual foi a sua solução para os jovens além de privatizar os bens públicos, de destruir a

economia?!… Foi facilitar os despedimentos! Foi o que o senhor fez no Conselho de Ministros ao consagrar

um acordo para facilitar os despedimentos! Que topete, Sr. Primeiro-Ministro!!

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Francisco Louçã, devo dizer que essa sua

passagenzinha das questões constitucionais para as privatizações…

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Que é também uma questão constitucional!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … foi, realmente, um salto extraordinário — eu diria até um salto colossal,

porque, Sr. Deputado, quando a conclusão do debate não lhe convém o Sr. Deputado muda, às vezes, muito

rapidamente de tema!

Sr. Deputado, nos Serviços de Informações da República Portuguesa todas as garantias constitucionais

têm sido respeitadas…

O Sr. Francisco Louçã (BE): — É o que se vê!… Hoje não é 1 de abril!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, todas as garantias têm sido respeitadas e o Sr. Deputado, por

mais insinuações que faça, não conseguirá contrariar este resultado: a investigação foi para o Ministério

Público! Quer mais garantias do que estas, Sr. Deputado? Não há! A menos que o Sr. Deputado não acredite

na forma como o Ministério Público possa conduzir a investigação!…

Segundo, Sr. Deputado, não tenho conhecimento de nenhuma proposta concreta da Comissão de

Fiscalização dos Serviços de Informações quanto a remodelações dos serviços. Não conheço! Não me foi

remetida, Sr. Deputado! Mas se essa proposta for apresentada ela será analisada, porque o Governo coopera

com o Parlamento nesta matéria e é do seu interesse cooperar com o Parlamento.

Sobre a privatização da REN, quero dizer-lhe que essa privatização foi muito bem sucedida, Sr. Deputado.

Eu sei que o Sr. Deputado não queria que a privatização ocorresse! Não queria!… Aliás, há outros partidos

que também não queriam — o PS ainda não chegou aí, porque também disse que queria privatizar, mas…

Bom, a privatização foi um sucesso, Sr. Deputado, e conseguimos arrecadar bem acima daquilo que estava

previsto.

Sabe o que é que se dizia por aqui, por certas zonas do Parlamento, antes das privatizações destas

empresas terem lugar? Que nós nos preparávamos para vender ao desbarato e passar a patacos as boas

empresas portuguesas.

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