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4 DE FEVEREIRO DE 2012

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Custe o que custar, Sr.ª Deputada, nós não faremos isso. E deixe-me dizer-lhe porquê: porque isso custaria

muito mais injustiças, muito mais austeridade e muitos mais sacrifícios aos portugueses por muitos mais anos.

Nós não queremos passar os próximos 20 ou 30 anos com programas de emergência e de assistência, fora

de mercados, a fazer sacrifícios em que a espiral de endividamento se autoalimenta ou retroalimenta. Nós

queremos, Sr.ª Deputada, terminar com esse ciclo vicioso e concluir reformas que nos permitam, a breve

prazo, conseguir voltar a crescer e a criar emprego.

Portanto, Sr.ª Deputada, não coloco qualquer óbice a que se fale das dificuldades, nem dos casos

concretos, porque eu também os conheço. Tenho muito gosto — embora preferisse que eles não

acontecessem — em debater todas as questões, mas, Sr.ª Deputada, custe o que custar, em nome de todos

os portugueses que hoje fazem sacrifícios importantes para que Portugal saia desta situação, este Governo

não irá falhar nesse esforço. Não seria compreendido nem perdoado se o fizesse.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, vê como não gosta de falar

da realidade concreta?! Apresentei-lhe exemplos concretos ao nível da educação, ao nível da saúde, ao nível

dos serviços de bombeiros — e poderia apresentado muitos outros —, mas o Sr. Primeiro-Ministro não se

referiu a nenhum em concreto. Também não valia a pena, porque não tem justificação para dar face à

degradação destes serviços essenciais às populações.

Sr. Primeiro-Ministro, o País está a deixar de funcionar. E sabe porquê? Quando um país não dá resposta

às necessidades reais dos cidadãos e às necessidades concretas dos cidadãos, o País está a falhar, não está

a funcionar.

O Sr. Primeiro-Ministro diz «mas os serviços essenciais estão assegurados». Não, não estão! Foi aquilo

que acabei de lhe dizer, Sr. Primeiro-Ministro. Há estudantes que estão a sair do ensino porque não têm

condições para o pagar! Há pessoas que não têm acesso à saúde porque não têm condições de a pagar! Ora,

como é que o Sr. Primeiro-Ministro diz que os serviços essenciais estão a funcionar?!Mas estão a funcionar

para quem? Para quem?

Sr. Primeiro-Ministro, nós já o dissemos aqui repetidamente e voltamos a dizer quantas vezes forem

necessárias: há que acordar para aquela que é a verdadeira realidade do País e ser sensível a essa

verdadeira realidade do País. É que quando as políticas que prosseguimos degradam completamente a vida

do próprio País, porque é do País que estamos a falar quando falamos de pessoas, então há algo que está

errado, mas o Sr. Primeiro-Ministro põe uma venda nos olhos e diz «não, custe o que custar, nós vamos

continuar a prosseguir este caminho», sem olhar concretamente às consequências que dele decorrem.

Até vou parafrasear o Sr. Deputado Luís Montenegro, que dizia que o governo anterior prosseguia uma má

política…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino Já, Sr.ª Presidente.

E o Sr. Primeiro-Ministro, quando estava na oposição, dizia «isto é demais, isto é demais», tendo criado

uma expetativa nos portugueses de que iria alterar. E, zás,…

Risos do PSD.

… assim que chega ao Governo faz ainda pior! É uma coisa absolutamente impressionante! Ou seja, a

economia afunda mais e o desemprego cresce mais. E pior ainda é que essa é a expetativa para longo prazo.

É por isso, Sr. Primeiro-Ministro, que uma renegociação da dívida permitir-nos-ia fazer aquilo que o

Governo se está a recusar fazer neste momento, que é pôr a economia a crescer, o País a gerar riqueza e,

portanto, a serem criadas condições de sobrevivência para os cidadãos. É inacreditável que o Sr. Primeiro-

Ministro não veja isso.

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