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11 DE FEVEREIRO DE 2012

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O que nos diz o Governo neste Plano Estratégico dos Transportes? Diz-nos que a Linha do Vouga é a linha

ferroviária de via estreita do País com menor custo de passageiro por quilómetro. E o que é que o Governo

não nos diz neste Plano Estratégico dos Transportes, escondendo, assim, parte da realidade? Não nos diz que

a alteração dos horários e a adequação destas deslocações à necessidade das populações, desde 2010,

aumentou em 30% a utilização da Linha do Vouga, particularmente entre Aveiro e Águeda.

De que é que o Governo se esquece sobre esta matéria na decisão que quer impor ao País e àquela

região? Esquece-se que, em primeiro lugar, esta Linha tem mais de 100 anos e, por isso, tem um peso

histórico importante na região, mas esquece-se, particularmente, das necessidades das populações, isto é, da

necessidade de mobilidade, da necessidade de utilização do Vouguinha — que é como é conhecido o

transporte da Linha do Vouga — para cumprir a mobilidade das populações.

O Vouguinha passa no centro de Águeda, no centro de Aveiro, no centro de Oliveira de Azeméis, no centro

de Santa Maria da Feira, no centro de S. João da Madeira, ou seja, passa nas zonas centrais dos principais

centros populacionais do distrito de Aveiro. Por isso, e decorrente dessa situação, as pessoas utilizam o

Vouguinha porque precisam dele para as suas deslocações e não há alternativas.

Já ouvimos os partidos que apoiam o Governo dizer que há muitas autoestradas em Aveiro e que, por isso,

há alternativas ao Vouguinha. Esquecem-se, no entanto, de dizer que o percurso que é feito pelo Vouguinha

fica a várias dezenas de quilómetros de qualquer autoestrada e que, fruto das escolhas deste Governo, todas

as autoestradas no distrito de Aveiro têm portagens.

Há, assim, aqui uma escolha amiga do ambiente, amiga das populações, mais barata para a mobilidade,

mais barata para o País, porque diminui as importações. E qual é a resposta do Governo? Vamos encerrar,

vamos fechar.

Não aceitamos esta inevitabilidade e, por isso mesmo, consideramos que é essencial que se impeça este

atropelo a uma necessidade da região, a uma necessidade do distrito.

Sabemos que estão em cima da mesa diversos projetos de resolução e saudamos todas as aproximações

a esta posição de que a Linha do Vouga é essencial para a mobilidade no distrito de Aveiro. Contudo, devo

dizer, particularmente no que diz respeito aos projetos de resolução da maioria, que não nos podemos

contentar com o mero estudo.

Temos de dizer «não» a esta decisão do Governo de encerrar a Linha do Vouga. Sem esta tomada de

posição inequívoca por parte da Assembleia não há qualquer salvaguarda da Linha do Vouga e da mobilidade

no distrito de Aveiro. É esse o desafio que deixamos às bancadas da maioria, porque não se pode encerar a

Linha e depois «chorar lágrimas de crocodilo», dizendo «está feito», «está consumado», «não há mais nada a

fazer». Não! É agora, antes da tomada da decisão, porque a Linha do Vouga ainda está em funcionamento,

que temos de atuar para que o Vouguinha não tenha depois de parar.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Paulo

Cavaleiro.

O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A dívida no setor dos transportes

chegou aos 17 000 milhões de euros e, se nada fosse feito pelo atual Governo, provavelmente, um dia destes,

acontecia como a SpanAir, ou seja, os passageiros tinham bilhete, tinham passe, mas não tinham transporte.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Os encargos anuais das empresas de transporte do Estado somaram, só

em juros, quase 600 milhões de euros em 2010, e o governo socialista conseguiu a proeza de, em seis anos,

aumentar 6 000 milhões de euros a esta dívida, cifrando-se, então, nos já referidos 17 000 milhões de euros. É

caso para dizer que VV. Ex.as

, do Partido Socialista, quando estão no governo, «gastam muito aos 100 km».

Vozes do PSD: — Exatamente!