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I SÉRIE — NÚMERO 75

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vida ao salário indireto dos portugueses; diz-nos a troica que o País vai no bom caminho quando a recessão

que temos pela frente é a pior do Portugal democrático!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Por isso, Sr. Deputado, pergunto-lhe se o fanatismo desta troica, que

nos diz que o «bom caminho» é o empobrecimento e a perda de direitos, não significa trazer Portugal para o

passado e destruir o futuro que tanto demorou a construir. É esse caminho que temos de romper para impedir

que nos retirem mais direitos e, no fundo, nos coloquem no «bom caminho» da pobreza e da austeridade…

Só rompendo com a austeridade é que poderemos ter, sim, um futuro para o País!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, de facto, durante o dia de

ontem, tornou-se evidente que o povo português não só não acatou o comando que o Governo pensava deter

como respondeu, na ampla participação popular que carateriza o Carnaval, de uma forma ainda mais marcada

e cunhada por uma dimensão política de luta, de protesto, utilizando também o Carnaval como um espaço e

um dia de expressão desse descontentamento.

O Governo e as suas políticas foram, claramente, o alvo desse descontentamento e dessa revolta das

populações, que encontraram no Carnaval, também, uma forma de expressão nas ruas do nosso País.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — É óbvio que o Governo, apesar de não ter decretado a «tolerância de

ponto», não evitou a comemoração do feriado.

O «bom caminho», Sr. Deputado, de que, aliás, também falei na declaração política que proferi, é

precisamente a ilustração mais assombrosa do discurso da troica, do PSD, do PS e do CDS. Considerar que o

pacto de agressão está a produzir os efeitos que eram desejados e que o País está no «bom caminho» para

cumprir esse pacto é assumir que os objetivos estabelecidos no Memorando, nestas imposições da troica, são

precisamente a ampliação do desemprego, a diminuição dos direitos laborais dos trabalhadores portugueses,

a recessão económica, a quebra no consumo, a desvalorização do trabalho, a precarização das relações

laborais e todas as questões que, aliás, acabou de enumerar também.

Assumir isto é mostrar à exaustão que o sucesso deste pacto é a derrota do nosso País; por oposição, a

vitória do povo português rumo ao crescimento, rumo a um futuro, na defesa das conquistas de Abril, é

precisamente a derrota destas imposições, deste pacto de agressão e dos seus protagonistas.

Disse bem o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares quando fez uma alusão a um regresso ao passado, porque

esse é, de facto, o principal objetivo: reconstituir relações, monopólios e privilégios que estes partidos, estes

protagonistas e os grandes interesses económicos em Portugal nunca aceitaram ter perdido com as grandes

conquistas do povo em 25 de abril de 1974. Tamanhas foram essas conquistas que, 36 anos depois, estes

partidos ainda tentam destrui-las, mas elas subsistem com o apoio do povo e a luta e a resistência dos

trabalhadores portugueses.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para proferir a próxima declaração política, tem a palavra o Sr.

Deputado João Semedo.

O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O que aconteceu na madrugada da

passada segunda-feira em Bruxelas foi o episódio culminante da grande mentira em que se tornou a resposta

europeia à atual crise. A União Europeia emprestou o dinheiro que sabe que a Grécia não pode pagar e o

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