O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 79

12

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

Deputadas, Srs. Deputados,

quero saudar, também, todos os autarcas presentes neste debate que muito importa ao País, porque a

democracia da proximidade, simultaneamente participativa e representativa, é algo que importa muito a todo o

País, à comunidade, ao nosso devir coletivo.

Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, na verdade, o diploma que hoje nos apresentou é um

diploma de extinção de freguesias, encapotado sob o eufemismo da agregação de freguesias.

Não tem um único critério qualitativo. Tem meramente um critério quantitativo, percentual e tipológico, em

relação a níveis de organização municipal.

Portanto, é um diploma sem «alma», sem nada que tenha a ver com a comunidade local, meramente com

um cálculo populacional e sob a forma de organização populacional.

Como o diploma levantou um grande clamor de contestação em muito lado, tentou-se encontrar uma

circunstância quantitativa, em que deixou de ser quilométrica e passou a ser percentual.

No entanto, ficou uma ideia absolutamente punitiva e impositiva, em relação ao desenhar deste processo.

Porque, veja-se: os 15% de majoração, que é acenada, assim como uma cenoura, às assembleias municipais

que se pronunciem favoravelmente que agreguem freguesias; se a assembleia municipal não concordar e,

mais tarde, as mesmas freguesias venham a ser agregadas, já não têm direito aos 15%.

A gratificação é para o passo voluntário; se for forçado, já não têm direito aos 15% de majoração.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Exatamente!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Tem algum sentido democrático entender que uma pronúncia negativa de

uma assembleia municipal seja considerada equivalente a uma não-pronúncia?

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Tem sentido constitucional!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Tem algum sentido? Não tem! É o equivalente a dizer a uma assembleia

municipal que, ou vota como o Governo quer, ou então o seu voto não serve absolutamente para nada.

É isto que está no diploma do Governo!

Depois, o Governo sentiu dificuldade nas questões das identidades, porque percebeu que isto é muito mais

do que uma unidade administrativa. Temos aqui problemas profundos de identidade.

Então, criou-se esta manobra estranhíssima acerca das identificações: assim, alguém que tenha nascido

antes de este diploma entrar em vigor pode dizer que nasceu, por exemplo, na Freguesia da Cova da Piedade,

uma unidade administrativa já ultrapassada no tempo.

No entanto, o seu filho terá nascido e terá de dizer, na faculdade prevista no artigo 7.º do diploma, que

nasceu na «Freguesia de Almada, Cacilhas, Cova da Piedade, Pragal e Feijó»… Freguesia, não! Unidade de

freguesias!!

Risos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — É isto a preservação de identidades?!…

Voltando ao exemplo, se esse indivíduo, casualmente, casou no Porto e para aí mudou a sua vida, terá de

pôr, como residência, que mora na «união de freguesias de Massarelos, Cedofeita, Bonfim e Santo

Ildefonso»…!

Risos do BE.

É isto a resolução do problema de identidades?

Sr. Ministro, creio e digo com toda a seriedade, que isto é troçar do problema das identidades do País …

O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!

Páginas Relacionadas
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 79 8 Vamos, então, dar início ao segundo ponto da or
Pág.Página 8
Página 0009:
2 DE MARÇO DE 2012 9 líderes das suas comunidades e que se envolvam neste compromis
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 79 10 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
Pág.Página 10
Página 0011:
2 DE MARÇO DE 2012 11 A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a
Pág.Página 11
Página 0013:
2 DE MARÇO DE 2012 13 O Sr. Luís Fazenda (BE): — … e não é por se manterem o
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 79 14 O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Em suma, Sr. M
Pág.Página 14
Página 0015:
2 DE MARÇO DE 2012 15 Por um lado, diz-se que o Memorando — o tal que, aparentement
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 79 16 O Sr. Luís Montenegro (PSD): — E, Sr. Ministro
Pág.Página 16
Página 0017:
2 DE MARÇO DE 2012 17 Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr. Ministr
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 79 18 reorganização administrativa do País, não temo
Pág.Página 18
Página 0019:
2 DE MARÇO DE 2012 19 quatro nomes.» Verdadeiramente, estão a parodiar a identidade
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 79 20 Aplausos do BE. A Sr.ª Presidente
Pág.Página 20
Página 0021:
2 DE MARÇO DE 2012 21 Trata-se de uma pretensa reforma que o Governo quer fa
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 79 22 um novo quadro de ordenamento para o territóri
Pág.Página 22
Página 0023:
2 DE MARÇO DE 2012 23 objetivos finais. Ou seja, em tempos difíceis, é importante q
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 79 24 O Sr. Bruno Vitorino (PSD): — O PS dá o dito p
Pág.Página 24
Página 0025:
2 DE MARÇO DE 2012 25 O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado, dei
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 79 26 Esta lei tem princípios muito claros e muitos
Pág.Página 26
Página 0027:
2 DE MARÇO DE 2012 27 O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Minis
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 79 28 Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pág.Página 28
Página 0029:
2 DE MARÇO DE 2012 29 O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr.ª Presidente, peço a p
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 79 30 A Sr.ª Presidente: — Para dar explicaçõ
Pág.Página 30
Página 0031:
2 DE MARÇO DE 2012 31 Deixe-me dizer-lhe o seguinte: não concordo com muitas das co
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 79 32 a sua intervenção. Importa apenas extinguir fr
Pág.Página 32
Página 0033:
2 DE MARÇO DE 2012 33 A metodologia que o Governo propõe deixa claro que só contam
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 79 34 papel de intervenção das autarquias locais é e
Pág.Página 34
Página 0035:
2 DE MARÇO DE 2012 35 querem a fusão, deverão fazê-lo, mas com referendos, porque d
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 79 36 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não?!
Pág.Página 36
Página 0037:
2 DE MARÇO DE 2012 37 Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr. Luís Montenegr
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 79 38 A Sr.ª Presidente: — Terminou o tempo d
Pág.Página 38