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I SÉRIE — NÚMERO 85

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atingiu a economia real, preferiu andar a auxiliar aqueles que foram os responsáveis pela crise e esquecer-se

das pessoas que tiveram, de facto, problemas na sua vida decorrentes da crise, porque perderam o posto de

trabalho.

Mas há também lições a tirar para o momento atual, porque entre 2009 e 2011 há mais parecenças do que

aquelas que saltam à primeira vista: na altura, existia um governo que fez uma previsão para a economia

portuguesa muito sobranceira, demasiado otimista, quer do ponto de vista da economia quer do ponto de vista

do desemprego, e — pasme-se! —, na prática, a atualidade demonstra que estamos perante um Governo que

tem exatamente o mesmo tipo de previsão, pois a previsão do Governo em 2011 para 2012 já foi ultrapassada

pela realidade, uma vez que 3,3% de recessão contrastam com aquela que era a previsão de 2,8%.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, queira terminar.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Terminarei, Sr. Presidente, dizendo que devemos também ver que a

taxa de desemprego, agora, já ultrapassou a previsão mais negativa que existia para 2013, e ou se tiram

consequências e se percebe que se houve, no passado, uma crise financeira, agora chama-se austeridade

àquilo que está a minar quer a economia quer o emprego, e é exatamente a austeridade que tem de ser

enfrentada pelos portugueses.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de

Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as

e Srs.

Deputados: Aumento do desemprego de 23%; 67 500 novos desempregados, sendo de longa duração 47,8%

desses desempregados; uma recessão de 2,6% do PIB, que compara com uma previsão de crescimento de

0,6% do PIB; um défice de 9,3%, que compara com uma previsão de défice de 2,2%; uma quebra da receita

de 13,2%; uma redução das exportações de 11,8%; uma queda do investimento de 11,9%; e um aumento da

despesa pública de 5,1%, de que falamos? Falamos do ano da graça de 2009, falamos do ano do socialismo

em todo o seu esplendor. Falamos do ano do socialismo em todo o seu esplendor, porque consegue conjugar

a incompetência da execução de medidas supostamente expansionistas que iriam ajudar a economia a

crescer e também a incompetência de não conseguir lidar com uma crise. É verdade que ela existiu, mas

quem a negou à época não foram estas bancadas, quem à época negou a existência da crise foi o Ministro da

Economia, pelo menos, cinco vezes, e o ex-Primeiro-Ministro que aqui veio ao Parlamento dizer que Portugal

estava imune à crise internacional!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Exatamente!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Foi nesse ano que todas essas incompetências foram

cometidas. Mas foi também ano eleitoral e, portanto, o que se fez foi mais fundo e mais grave do que esta

mera incompetência.

Foi também em 2009 que, relativamente a matérias de que os senhores do Partido Socialista agora falam,

tomaram decisões concretas.

Os senhores agora falam dos custos da energia. Em 2009, o que os senhores fizeram aos custos da

energia foi esmagar, não imputar aos consumidores o preço real da energia, porque tinham eleições e queriam

ganhá-las.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Uma vergonha!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E o que isso fez foi aumentar brutalmente o nosso

endividamento através do défice tarifário.