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22 DE MARÇO DE 2012

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Dez meses depois da assinatura do pacto de agressão, os portugueses que vivem do seu trabalho têm

cada vez menos salário e mais horas de trabalho, mais taxas moderadoras, mais impostos e mais encargos,

enquanto a banca tem mais 12 000 milhões de euros oferecidos pelo Orçamento do Estado e os grupos

económicos no sector da energia continuam a ter rendas milionárias que o Governo zelosamente lhes

assegura.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas o Governo diz que os sacrifícios são para todos.

Dez meses depois da assinatura do pacto de agressão, há um aumento anormal da mortalidade que

assustadoramente encaixa que nem uma luva como consequência das políticas do Governo e que o próprio

Governo não consegue justificar de outra forma.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Há reformados e pensionistas que passam fome e deixam de comprar os

medicamentos; há doentes que se limitam a esperar a morte em casa, porque não têm dinheiro para pagar o

transporte para os tratamentos;…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — … há estudantes que abandonam o ensino superior, porque não conseguem

suportar os seus custos; há milhares de portugueses que literalmente fogem da política deste Governo num

salto para o desconhecido em que acabam por encontrar apenas o desespero de noites dormidas ao frio e

com fome dentro de um automóvel ou no chão de uma estação de comboio num país estrangeiro.

A estes, o Governo diz que, custe o que custar, o pacto de agressão é para continuar. E, se depender do

Governo, há de continuar a custar aos mesmos de sempre para que nada custe aos mesmos do costume.

Aplausos do PCP.

Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Encerrados nas quatro paredes desta Assembleia, o Governo e a

maioria respondem aos problemas dos portugueses com arrogância e despeito, ignorando a realidade e

procurando responder com a ameaça e o medo aos alvos das suas políticas.

As intervenções vazias e desligadas da realidade feitas pelo Ministro Miguel Relvas neste debate, que,

como os restantes membros do Governo, se limita a repetir os estafados clichés da propaganda

governamental, confirmam que temos um Governo alheado e insensível às dificuldades dos portugueses.

O Governo não sente as dificuldades dos portugueses, porque lhes passa por cima: por cima das

dificuldades e por cima dos portugueses a quem vai arruinando a vida.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — A falta de resposta neste debate a questões como o desemprego e a

emigração confirmam, aliás, os interesses que serve e aquilo de que é feita a política do Governo.

Um Governo ao serviço da exploração, que pretende reduzir salários e aumentar jornadas de trabalho, é

um Governo interessado na subida do desemprego e, por isso, nada faz para o travar.

Um Governo ao serviço dos grandes interesses económicos sabe que a sua política fará inevitavelmente

vítimas entre o povo e, por isso, promove a emigração para não ter que se confrontar com a miséria que gera

nem com a luta popular.

Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A caracterização do pacto da troica como pacto de agressão não é

por descuido nem por conveniência. Nesta interpelação, confirmou-se que se trata de uma verdadeira

agressão ao povo e ao País para salvar os grandes interesses económicos e financeiros. Trata-se de uma

agressão aos direitos de quem trabalha, aos salários, às pensões, aos direitos à educação, à saúde e à