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I SÉRIE — NÚMERO 87

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manter o que já está e tal como está, mesmo quando se demonstra que o que já está, tal como está, produziu

resultados tão medíocres.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — É, aliás, uma questão que decerto irá

atormentar os historiadores do futuro, saber como é que os partidos que se autoproclamam como porta-vozes

da transformação social se converteram nos mais ardentes defensores de um modelo económico-social que

tornou o País mais desigual, mais pobre, mais injusto e o conduziu à iminência da bancarrota.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — São estes todos aqui, à minha direita, e que já andam no governo há

trinta e tal anos!

O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — Por sua vez, o Partido Socialista diz-nos que

há outro caminho para o cumprimento do Memorando de Entendimento.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Um atalho!

O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — Diz-nos que permanece firme em honrar os

seus compromissos, o que, em nome do interesse geral dos portugueses, saudamos.

É indiscutível que cabe ao Partido Socialista um papel importante de mobilização do País para a

necessidade de cumprir o que está disposto no Programa de Assistência Económica e Financeira.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Vê-se! Pensei que era o que está na Constituição!

O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — Mas, no momento da verdade, são rejeitados,

em nome de um suposto «outro caminho», os meios e as políticas que podem honrar, em concreto e, de facto,

esses compromissos.

A austeridade é necessária, diz o PS, mas desde que não seja austera.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — A consolidação orçamental é um objetivo que

não pode ser sacrificado, diz o PS, mas desde que não se reduza o défice, nem se diminua a dívida, com

cortes nas despesas do Estado.

Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — As reformas estruturais são importantes, diz o

PS, mas não se pode mexer em qualquer estrutura económica ou institucional relevante.

Mudar é crucial, diz o PS, mas desde que se deixe tudo na mesma.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O PS tem o coração no sítio certo e, como gosta de afirmar, a bater mais depressa do que o dos seus

adversários políticos.

Esquece-se, como muitas vezes se esqueceu, que a política, sobretudo nos momentos de emergência

nacional que vivemos, convoca não só os bons sentimentos e as confissões de devoção ao País mas a

inteligência, a eficácia, a ação determinada, lúcida, realista e corajosa.