5 DE ABRIL DE 2012
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Reiteramos que aquilo que defendemos é a revogação das taxas moderadoras, mas consideramos que
estas medidas podem eliminar algumas desigualdades e garantir uma maior equidade e cuidados de saúde
para estes utentes, nomeadamente para as pessoas com deficiência e os doentes crónicos.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Sr.ª Deputada ficaria, certamente, isenta de uma taxa moderadora
em relação ao cumprimento de tempo para intervenções.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Felizmente, aqui não há!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António
Serrano.
O Sr. António Serrano (PS): — Sr.ª Presidente, Caras Deputadas e Caros Deputados: O Partido Socialista
já apresentou nesta Câmara, por mais do que uma vez, a questão de as taxas moderadoras, nos diplomas que
foram alterados por este Governo, incorporarem uma série de injustiças. Vemos agora, com agrado, que,
nomeadamente, os partidos que suportam este Governo apresentam um projeto de resolução no sentido de
corrigir uma das injustiças plasmadas na lei em vigor, que se prende com a sujeição da obtenção de
certificados multiuso de incapacidade a pagamento elevado, no contexto das taxas moderadoras.
Quero recordar que é verdade que o valor de obtenção desses certificados foi fixado pelo anterior governo,
mas também é verdade que foi este Governo que determinou que, para obtenção da isenção de taxas
moderadoras, as pessoas tivessem de requerer uma renovação desses certificados. Recordo que, no anterior
diploma, desde que houvesse uma recomendação médica, um documento escrito pelo médico, a isenção de
taxas moderadoras era automaticamente reconhecida, pelo que isto poderia ter sido evitado no diploma que
está em vigor, mas não foi.
Porém, a legislação atual das taxas moderadoras tem outras iniquidades e injustiças e tenho vindo a
constatar que o próprio Governo, através do Sr. Ministro, vai tendo ocasião de dizer, aqui e acolá, que está
disponível para as rever, a última das quais foi a das taxas moderadoras para os dadores de sangue. Mas há
outras situações que teremos oportunidade de discutir mais tarde nesta Câmara.
Sobre o projeto do Bloco de Esquerda, vemos com agrado a sua pretensão, que, no fundo, é a de corrigir
esta injustiça clara para os portugueses, a qual representa uma dificuldade administrativa mas que também
pode inibir o acesso dos portugueses aos cuidados de saúde. E compreendemos igualmente, aceitamos e
vemos com agrado a proposta que o Partido Comunista aqui apresenta no seu projeto. Mas o que era
necessário, antes de alterar legislação, como o Governo tem estado a fazer nesta matéria, era que o Governo
ponderasse e tivesse em conta uma série de matérias que, em tempo, foram assinaladas por vários grupos
parlamentares.
É claro que corrigir o erro, quando se reconhece o erro, é positivo, não vemos nisto qualquer mal, aliás, era
mau que persistíssemos nos erros, pelo que o Governo, agora, quer através do projeto de resolução que os
partidos da maioria apresentam, quer através da iniciativa do Bloco de Esquerda, pode, efetivamente, trazer à
Assembleia uma alteração ao regime em vigor, uma vez que a proposta do Bloco de Esquerda só terá eficácia,
se for aprovada nesta Câmara, a partir de 1 de janeiro de 2013 e gostaríamos muito que houvesse uma
alteração já com efeitos este ano.
Compreendemos que o Governo, certamente, terá alguma dificuldade para o fazer, mas, com o apoio desta
Câmara, penso que será possível corrigir esta injustiça.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.