I SÉRIE — NÚMERO 93
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dos juros, que, infelizmente, vai ter de ser toda gasta em medidas que resultam, apenas e só, do agravamento
da recessão, em grande parte causado pela obsessão irresponsável deste Governo em ir para além da troica.
Sr. Ministro, queria perguntar-lhe o seguinte: estes dados são, ou não, suficientes para o Sr. Ministro recuar
e perceber, de uma vez por todas, que ir para além da troica não é solução para o País? Não é uma solução
orçamental, não é uma solução económica e não é uma solução social, Sr. Ministro.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Todos os indicadores têm piorado, e de uma forma sistemática. O PIB, no
Memorando de Entendimento, começou em 1,8%; no Orçamento era de 2,8%; depois, ainda durante o debate
do Orçamento, passou para 3%; depois, passou para 3,2%; agora, passou para 3,3%; e o Banco de Portugal
já fala em 3,4%. E tudo indica que vai piorar, Sr. Ministro, porque as exportações, que eram o único indicador
que pareciam aguentar a nossa economia, estão a dar sinais de exaustão! Como o Partido Socialista já referiu
várias vezes, os indicadores avançados das exportações, que são as encomendas à indústria, estiveram em
fortíssima desaceleração em 2011, nos últimos três meses caíram e, se não me engano, o último dado que é
conhecido é de uma queda de 10%.
Sr. Ministro, perante este quadro macroeconómico, está em condições de dizer a esta Casa que não
apresentará, rapidamente, outro Orçamento retificativo? É que o Sr. Ministro disse que estávamos a meio da
ponte.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, terminou o seu tempo.
O Sr. João Galamba (PS): — Pois nestes primeiros três meses já estamos no fim da ponte, e do outro lado
está o abismo.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e das Finanças.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, facilitaram
substancialmente a minha resposta por terem levantado questões em comum.
Em primeiro lugar, deixem-me reafirmar, com toda a clareza, que o que o Governo disse e diz sobre a
questão da suspensão dos subsídios de Natal e de férias foi sempre a mesma coisa.
Risos do PCP e do BE.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Não é verdade! Isso é falso!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Efetivamente, se os Srs. Deputados tiverem paciência, terão
ocasião de verificar que dizer que a suspensão dos subsídios se mantém durante o período de vigência do
Programa, que acaba em 2014, é exatamente o mesmo que dizer que a reposição dos mesmos começa em
2015.
Protestos do PCP e do BE.
Parece-me absolutamente trivial e inegável.
Evidentemente que esta questão é de enorme importância, mas julgo estar esclarecida, para além de
qualquer dúvida razoável.
Relativamente à questão que é levantada sobre o sucesso do Programa de Ajustamento e da estratégia
que está a ser seguida nesse contexto, como disse ontem na COFAP, esse é o Programa de Ajustamento de
Portugal, aquele que responde ao diagnóstico dos nossos desequilíbrios macroeconómicos e debilidades
estruturais e, como foi recentemente constatado pelo Fundo Monetário Internacional, pela Comissão Europeia