I SÉRIE — NÚMERO 94
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, temos quórum, pelo que declaro aberta a sessão.
Eram 15 horas e 5 minutos.
Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados, antes de se dar início à ordem do dia, o Sr.
Secretário vai proceder à leitura do expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e
foram admitidas, as seguintes iniciativas legislativas: projetos de resolução n.os
279/XII (1.ª) — Referendo ao
Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária (PCP), que baixou
às 1.ª e 4.ª Comissões, 280/XII (1.ª) — Recomenda ao Governo a criação de um mecanismo de subsidiação
de gasolina para as embarcações de pesca (PCP), que baixou à 7.ª Comissão, 281/XII (1.ª) — Propõe que o
Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária seja sujeito a
referendo (Os Verdes), que baixou às 1.ª e 4.ª Comissões, 282/XII (1.ª) — Deslocação do Presidente da
República a Timor-Leste, à Indonésia, à Austrália e a Singapura (Presidente da AR), que baixou à 2.ª
Comissão, 283/XII (1.ª) — Recomenda ao Governo que advogue e proponha junto dos signatários do Tratado
e no quadro da União Europeia a adoção de medidas e a negociação de um protocolo adicional ou de um
tratado complementar ao Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e
Monetária, com vista a promover o crescimento económico e o emprego (PS), que baixou às 4.ª e 5.ª
Comissões, 284/XII (1.ª) — Recomenda ao Governo a proibição da utilização do caranguejo verde como isco
vivo na pesca do polvo (BE), que baixou à 7.ª Comissão, 285/XII (1.ª) — Conclusão das obras em curso,
reavaliação dos projetos aprovados e sua concretização e extinção da Parque Escolar, EPE (PCP), que baixou
à 8.ª Comissão, e 286/XII (1.ª) — Recomenda ao Governo que isente do pagamento de taxas os particulares,
grupos ou associações que pretendam realizar atividades desportivas nos parques nacionais (BE), que baixou
à 11.ª Comissão; e projetos de lei n.os
214/XII (1.ª) — Estabelece medidas de valorização e divulgação do
cinema português (PCP), que baixou à 8.ª Comissão, e 215/XII (1.ª) — Regularização de trabalhadores
imigrantes e menores nascidos em Portugal ou a frequentar o sistema de ensino (BE), que baixou à 1.ª
Comissão.
É tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Entramos agora na ordem do dia, que consiste no debate da interpelação n.º 4/XII
(1.ª) — Sobre política de saúde (PS).
Para dar início ao debate, na fase de abertura, tem a palavra o Sr. Deputado António Serrano.
O Sr. António Serrano (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: A
política de saúde que a nossa lei define, de acordo com o preceito constitucional, obriga o Estado a promover
e a garantir o acesso de todos os cidadãos aos cuidados de saúde através do Serviço Nacional de Saúde
(SNS) universal, geral e tendencialmente gratuito.
Os atuais constrangimentos de natureza económica, orçamental e financeira que o País vive têm
justificado, por parte do Governo, a adoção de medidas avulsas dirigidas exclusivamente numa ótica
imediatista, de tesouraria, paralisante e sem perspetivar o futuro. O acesso à saúde está hoje mais caro e
pesa no bolso de mais portugueses.
Com as novas regras aplicadas às taxas moderadoras, o Governo estimava que mais de 7 milhões de
portugueses ficassem dispensados de pagamento e, destes, mais de 5 milhões por motivos de insuficiência
económica. O prazo para pedir a isenção ainda não terminou, mas, até agora, pouco mais de 1 milhão terão
solicitado essa isenção.
O acesso à saúde está hoje mais caro e mais demorado, tendo aumentado o tempo de espera para
exames médicos, para consultas, para cirurgias.
O Governo dirá que tem atuado junto da despesa com medicamentos, tentando pagar aos fornecedores e
aos hospitais, ainda que, até à data, sem sucesso.