O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13 DE ABRIL DE 2012

23

O Sr. António Rodrigues (PSD): — … que não consiste em algo de concreto, limitando-se a renegar

aquilo que existe. Esta é a única proposta que a esquerda tem para nos apresentar, ao contrário daquilo que o

Partido Socialista aqui nos veio dizer.

Mas, também ao contrário daquilo que o Sr. Deputado aqui veio dizer, o Governo e nós próprios

disponibilizámo-nos, em variadíssimas oportunidades e momentos, para nos entendermos com o Partido

Socialista. Disponibilizámo-nos quer através da posição do Governo, que remeteu para a Assembleia da

República o aprofundamento do debate, quer através do próprio Grupo Parlamentar do PSD, que se mostrou

disponível para encontrar plataformas de entendimento com o Partido Socialista relativamente a este Tratado.

A única coisa que dissemos foi que não queríamos pôr em causa este Tratado, que não aceitávamos o

protocolo adicional reclamado mas que estávamos disponíveis para discutir e aprofundar estas matérias.

É por isso que lhe pergunto, em jeito de desafio, o seguinte: está, ou não, o Partido Socialista na

disposição de aprofundar o diálogo que começa hoje com este Tratado que aqui vamos aprovar?

Em segundo lugar, está, ou não, o Partido Socialista disponível para dizer, já hoje, como é que quer

traduzir, na prática, aquilo que consta do Tratado, nomeadamente em relação à regra do equilíbrio orçamental

e ao crescimento económico? Isto sem condições, sem qualquer tipo de barreiras e sem qualquer tipo de

fronteiras, apenas e só para aprofundarmos a verdadeira união económica e a verdadeira União Europeia.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Vitalino Canas, elencou-nos aqui um conjunto de

denúncias, críticas e censuras àquilo que é o conteúdo deste Tratado, o chamado pacto orçamental.

Sabe que concordamos com muitas delas, porque é preciso olhar para este pacto orçamental e perceber

exatamente o que é que ele significa. Ele significa, na prática, criminalizar para o futuro, no espaço da zona

euro e da União Europeia, qualquer política que promova o crescimento da economia e a criação de emprego,

qualquer política social, enfim, qualquer política que faça parte daquilo que era o elenco das políticas sociais-

democratas, da tradição política da qual o Partido Socialista nasceu.

Tem sido essa, aliás, a alegação de parte importante da esquerda europeia e de vozes fundadoras e

importantes do Partido Socialista. Na prática, isto significa colocar um ponto final naquilo que o Partido

Socialista sempre anunciou ser o seu projeto para a construção europeia.

O Sr. Deputado Vitalino Canas veio aqui dizer-nos o seguinte: há todo este conjunto de críticas mas

estamos num momento de chantagem. Ora, perante a chantagem da Europa e perante as dificuldades do

País, olhamos para o Partido Socialista e o Partido Socialista diz: «nós vamos ceder».

É sobre esta matéria, muito específica, Sr. Deputado, que queria questioná-lo, porque aquilo que temos em

presença é o conflito fundamental da política nacional, da política europeia. Assim, para o futuro, a regra dos

0,5 vai, ou não, aniquilar qualquer instrumento de política pública que permita reconverter, colocar em

contraciclo políticas sociais/políticas económicas, num contexto de recessão e de empobrecimento?

A minha pergunta, Sr. Deputado, é muito simples: neste contexto, como é que um partido que se reivindica

da esquerda socialista democrática se permite votar favoravelmente aquele que é o documento mais

ultraortodoxo alguma vez instituído no projeto europeu? Como é que a esquerda, no momento da verdade,

vota ao lado da ultradireita?

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Vitalino Canas.

O Sr. Vitalino Canas (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Rodrigues, o Sr. Deputado reafirmou,

mais uma vez, a ideia do consenso europeu na Europa, mas nós começamos a ter dúvidas sobre a natureza

desse consenso europeu na Europa. É que, na verdade, o consenso a que o Sr. Deputado se referiu é um

consenso pouco alargado e que talvez vincule apenas os partidos que estão no mesmo grupo político que o

Sr. Deputado.

Páginas Relacionadas
Página 0003:
13 DE ABRIL DE 2012 3 A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, temos quórum, pelo que d
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 95 4 Os tempos mais recentes mostraram que os equilí
Pág.Página 4
Página 0005:
13 DE ABRIL DE 2012 5 desequilíbrios estruturais, mas é inteiramente compatível com
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 95 6 O Sr. António José Seguro (PS): — Segundo: rigo
Pág.Página 6
Página 0007:
13 DE ABRIL DE 2012 7 progresso registado pelos países europeus, o Partido Socialis
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 95 8 um passo importante, como disse o Sr. Primeiro-
Pág.Página 8
Página 0009:
13 DE ABRIL DE 2012 9 Aplausos do PSD e do CDS-PP. A Sr.ª Pres
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 95 10 espaço europeu. Não! Isto é dizer-nos que, enf
Pág.Página 10
Página 0011:
13 DE ABRIL DE 2012 11 A Sr.ª Ana Drago (BE): — Façam um referendo! O
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 95 12 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O que pretend
Pág.Página 12
Página 0013:
13 DE ABRIL DE 2012 13 É caso para perguntar de que têm medo os partidos do pacto d
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 95 14 Srs. Deputados, se, porventura, qualquer deste
Pág.Página 14
Página 0015:
13 DE ABRIL DE 2012 15 O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É uma enorme prova de matur
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 95 16 desde que exista responsabilidade. E foi isso
Pág.Página 16
Página 0017:
13 DE ABRIL DE 2012 17 É deles a legitimidade, a eles deve ser dada a palavra.
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 95 18 O Sr. Honório Novo (PCP): — O pacto orçamental
Pág.Página 18
Página 0019:
13 DE ABRIL DE 2012 19 Neste contexto, Os Verdes consideram que aquilo que seria pr
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 95 20 O Sr. Vitalino Canas (PS): — Sr.ª Presidente,
Pág.Página 20
Página 0021:
13 DE ABRIL DE 2012 21 livre manifestação democrática da vontade dos cidadãos. Mais
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 95 22 O Sr. Vitalino Canas (PS): — A acusação que de
Pág.Página 22
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 95 24 O Sr. Luís Fazenda (BE): — Ah! Afinal…!
Pág.Página 24
Página 0025:
13 DE ABRIL DE 2012 25 O Sr. Paulo Mota Pinto (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeir
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 95 26 Os portugueses sabem hoje, por experiência pró
Pág.Página 26
Página 0027:
13 DE ABRIL DE 2012 27 O primeiro é o de que não é lícito disfarçar objeções políti
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 95 28 Aplausos do PSD e do CDS-PP. A Sr
Pág.Página 28
Página 0029:
13 DE ABRIL DE 2012 29 Braga, José Junqueiro e Vitalino Canas, mas ainda bem que as
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 95 30 A Sr.ª Ana Drago (BE): — O outro era a
Pág.Página 30
Página 0031:
13 DE ABRIL DE 2012 31 da direita europeia significa apenas, através da governação
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 95 32 também, porque compreendemos a realidade polít
Pág.Página 32
Página 0033:
13 DE ABRIL DE 2012 33 O presente Tratado contribuirá em grande medida para a estab
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 95 34 O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estran
Pág.Página 34
Página 0035:
13 DE ABRIL DE 2012 35 e o destino da chamada «regra de ouro» pela primeira vez ins
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 95 36 disponibilidade dos partidos do consenso europ
Pág.Página 36