O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 95

46

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Numa palavra, os imigrantes precisam de Portugal e Portugal precisa dos

imigrantes.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Isso «espremido» não dá nada!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — O apoio e a facilitação da imigração são, pois, desígnios do presente e

necessidades do futuro. Mas este incentivo à mobilidade de estrangeiros não oriundos da união económica e à

sua fixação no País não é nem pode ser feito a qualquer preço. Ou há regras de conduta, ou há legislação

adequada, ou Portugal pode transformar-se num offshore de imigrantes ilegais ou num paraíso de

branqueamento de capitais, o que naturalmente provoca os malefícios que todos sabem.

E é por isso que se deve saudar, Sr. Ministro da Administração Interna, esta iniciativa do Governo, que

transpõe para a nossa ordem jurídica diretivas comunitárias já há muito produzidas pelo Parlamento Europeu e

pelo Conselho que ainda repousavam na inércia governativa do passado.

Os pontos desta iniciativa que se podem destacar — e depois daquilo que já foi dito pelo Sr. Ministro —

são, em nosso entender, cinco.

Em primeiro lugar, a introdução de regras, ou de novas regras, para o repatriamento de cidadãos de países

terceiros em situação irregular.

O que se pretende, ao contrário daquilo que já aqui foi dito, é que sejam implementadas medidas comuns e

transversais a todos os Estados-membros de afastamento de imigrantes irregulares em condições humanas

dignas e respeitando os seus direitos fundamentais.

Em segundo lugar, é importante salientar a criação de um novo tipo de autorização de residência.

Também é bom lembrar que o atraso na transposição desta diretiva, já pronta desde dezembro de 2008,

causou ao País, até agora, cerca de 5 milhões de euros de prejuízo em multas.

O que se pretende com o «cartão azul» da União Europeia é atrair ou chamar a Portugal mão-de-obra

altamente qualificada nas mais diversas áreas. Benefício este que é extensível, naturalmente, às famílias

desses imigrantes, reagrupando o núcleo familiar, dando-se com esta medida um sinal de que se apoia a

família e a estabilidade de todos os imigrantes.

Em terceiro lugar, deve evidenciar-se a criminalização da contratação de imigrantes ilegais por entidades

empregadoras. Visa-se, com esta medida, proteger os mais necessitados e os mais pobres e penalizar as

entidades empregadoras que exploram e contratam abusivamente imigrantes.

Em quarto lugar, estabelece-se a prisão para falsas uniões ou casamentos de conveniência e o

cancelamento das autorizações de residência para quem adotar este tipo de uniões, de noivados de ocasião.

O Sr. António Filipe (PCP): — Isso é criminalizar a coligação PSD/CDS!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — O que para nós é vital, dada a filosofia que encerram as alterações ao

diploma, é a criação do estatuto do imigrante empreendedor e investidor.

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

Srs. Deputados, o Estado português não tem sido capaz de travar a saída de altos quadros e de altos

talentos do País,…

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Estão a «correr» com eles!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — … mas tem de ser capaz de seduzir os imigrantes e os cidadãos de outros

países externos à União Europeia. O que se procura com esta medida é a atração da imigração de qualidade!

O que o Governo procura é facilitar o arranque de projetos de investimento no País.

O que o Governo procura é dar corpo à sua política, assumida, de dinamização da diplomacia económica.

O que se pretende não é criar imigrantes de primeira e imigrantes de segunda.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — É o que está previsto!

Páginas Relacionadas
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 95 36 disponibilidade dos partidos do consenso europ
Pág.Página 36
Página 0037:
13 DE ABRIL DE 2012 37 prestação de cuidados de saúde, dando especial atenção às pe
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 95 38 estrangeiro, tornando-se por isso necessário,
Pág.Página 38
Página 0039:
13 DE ABRIL DE 2012 39 imigrantes e que permite, inclusivamente, a detenção de cria
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 95 40 A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Ainda par
Pág.Página 40
Página 0041:
13 DE ABRIL DE 2012 41 A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Julga mal!
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 95 42 A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para apre
Pág.Página 42
Página 0043:
13 DE ABRIL DE 2012 43 Não é a imigração que é um problema, é a ilegalidade
Pág.Página 43
Página 0044:
I SÉRIE — NÚMERO 95 44 independentemente da nacionalidade, e que não
Pág.Página 44
Página 0045:
13 DE ABRIL DE 2012 45 O que é isto, Sr. Ministro? O que é que significa exatamente
Pág.Página 45
Página 0047:
13 DE ABRIL DE 2012 47 O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Até porque, Srs. Deputa
Pág.Página 47
Página 0048:
I SÉRIE — NÚMERO 95 48 os mesmos procedimentos e não tenha sido debat
Pág.Página 48
Página 0049:
13 DE ABRIL DE 2012 49 Vozes do PS: — Muito bem! A Sr.ª Ana Catarina
Pág.Página 49
Página 0050:
I SÉRIE — NÚMERO 95 50 Vozes do CDS-PP: — Exatamente! O
Pág.Página 50
Página 0051:
13 DE ABRIL DE 2012 51 O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Termino, Sr.ª Presidente, d
Pág.Página 51
Página 0052:
I SÉRIE — NÚMERO 95 52 muito menos com a proposta de lei! Porque, ent
Pág.Página 52
Página 0053:
13 DE ABRIL DE 2012 53 Segundo ponto, Sr. Deputado António Filipe: V. Ex.ª, que fez
Pág.Página 53
Página 0054:
I SÉRIE — NÚMERO 95 54 A próxima sessão plenária realizar-se-á amanhã
Pág.Página 54