I SÉRIE — NÚMERO 99
6
superior a 24 horas. No norte — e não apenas no centro, com refere o projeto de resolução do PSD — foram
novamente e muito flageladas as áreas protegidas, onde se destaca, infelizmente, o Parque Nacional da
Peneda-Gerês.
Sobre o dispositivo de combate, confiamos nas declarações oficiais de reforço de meios. Sobre a
prevenção estrutural da floresta e das áreas protegidas, tudo como dantes, a começar pelo corte de 130
milhões de euros no PRODER florestal — isto em sentido contrário aos projetos de resolução que, ainda há
um ano, na oposição, PSD e CDS apresentaram nesta Casa.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — No cadastro, estamos como sempre estivemos: em branco! E
mantiveram-se os estrangulamentos e os obstáculos burocráticos, regulamentares e técnicos e a paralisia dos
próprios serviços do Ministério da Agricultura, onde o Estado faz o mal e a caramunha: não concretiza a Rede
Primária de Faixas de Gestão de Combustível e, depois, reprova projetos porque a Rede Primária não está
pronta; demora na aprovação (ou não aprova mesmo) do Plano de Gestão Florestal (PGF) e dos Planos-tipo
de Utilização dos Baldios (PUB) e, depois, trava o avanço de projetos florestais com esse argumento; e
mantém a impossibilidade de uso de dinheiros PRODER para faixas de gestão de combustível.
Para o PCP, os projetos de resolução apresentados são, na generalidade, pacíficos. Mesmo os projetos do
PSD e do CDS são, em grande medida, boas declarações de intenções, de que, como sabemos, está a
floresta atafulhada…
O projeto do PCP propõe que se tomem as medidas necessárias para, com urgência, se concretizarem as
ainda possíveis ações de prevenção estrutural e se apure o estado de prontidão e funcionalidade das redes de
infraestruturas de apoio ao combate aos fogos florestais.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para apresentar o projeto de resolução n.º 294/XII (1.ª), do CDS-PP,
tem a palavra o Sr. Deputado Altino Bessa.
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Hoje avaliamos aqui vários
projetos de resolução e também o CDS apresenta um projeto de resolução que é um pouco diferente, em
termos de contexto, dos demais projetos de resolução, principalmente os do PCP e do BE.
É nosso objetivo que se promova a utilização e a valorização da biomassa florestal como contributo para a
gestão sustentável das florestas e como prevenção da ocorrência de incêndios florestais.
De entre as diferentes fontes de energia renováveis, destaca-se a importância da biomassa. Existe uma
vasta utilização da biomassa na produção de energia, nomeadamente a biomassa florestal e a biomassa
florestal residual.
O sector da biomassa para fins energéticos teve nos últimos anos um forte desenvolvimento, com o
aumento da produção de energia elétrica e térmica à escala nacional.
Em 2005, a Comissão Europeia, antecipando o problema da falta de sustentabilidade da política energética
europeia, baseada então, em grande parte, nas importações de produtos petrolíferos, lançou o Plano de Ação
Biomassa, visando uma abordagem coordenada das políticas vigentes no espaço europeu. O plano inclui
medidas para a agricultura, com ênfase na fileira do betanol e do biodiesel, e para a fileira florestal, com
ênfase na produção de biomassa para produção de energia elétrica e térmica.
Assim, em consonância com as políticas europeia e nacional adotadas nos últimos anos, conforme o Plano
Nacional de Ação para as Energias Renováveis, a produção de calor e de energia elétrica a partir da
combustão de biomassa de diferentes origens representa um recurso importante na matriz energética nacional
e europeia.
O CDS pretende, com este projeto de resolução, que o aproveitamento da biomassa florestal seja, de facto,
fomentado, mas não induzindo uma procura sobre recursos passíveis de um aproveitamento industrial que
potencialmente pode gerar maior valor acrescentado. Não pretendemos que sejam utilizados produtos que
podem ser usados noutra indústria, nomeadamente na indústria das serrações.