I SÉRIE — NÚMERO 101
2
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Sr. Ministro, Sr.ª Secretária de Estado, Srs. Secretários de Estado,
Srs. Jornalistas, temos quórum, pelo que declaro aberta a sessão.
Eram 15 horas e 7 minutos.
Antes de darmos início à ordem do dia, o Sr. Secretário vai proceder à leitura do expediente.
O Sr. Secretário (Abel Baptista): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e
foram admitidas, as seguintes iniciativas legislativas: propostas de resolução n.os
32/XII (1.ª) — Aprova o
Acordo entre os Estados-membros da União Europeia, reunidos no Conselho, sobre a Proteção das
Informações Classificadas Trocadas no interesse da União Europeia, assinado em Bruxelas, em 25 de maio
de 2011, 33/XII (1.ª) — Aprova o recesso por parte da República Portuguesa do Tratado sobre o Estatuto
Jurídico da EUROFOR, assinado em Roma, a 5 de julho de 2000, e 34/XII (1.ª) — Aprova as emendas aos
artigos 1.º e 18.º do Acordo Constitutivo do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, que
estendem as operações do Banco ao Mediterrâneo Sul e Oriental, em conformidade com as Resoluções n.os
137 e 138, adotadas pelo Conselho de Governadores do Banco, a 30 de setembro de 2011; proposta de lei n.º
55/XII (1.ª) — Sexta alteração à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores
(Decreto-Lei n.º 267/80, de 8 de agosto, na redação que lhe foi conferida pelas Leis n.os
28/82, de 15 de
novembro, 72/93, de 30 de novembro, e Leis Orgânicas n.os
2/2000, de 14 de julho, 2/2001, de 25 de agosto, e
5/2006, de 31 de agosto) (ALRAA); projeto de lei n.º 219/XII (1.ª) — Altera a composição do Conselho de
Opinião da Rádio e Televisão de Portugal, SA, procedendo à alteração do anexo da Lei n.º 8/2007, de 14 de
fevereiro, que procede à reestruturação da concessionária do serviço público de rádio e televisão (PCP), que
baixou à 12.ª Comissão.
Deram ainda entrada na Mesa, e foram admitidos, os projetos de resolução n.os
300/XII (1.ª) — Recomenda
a salvaguarda da atividade da pesca no estuário do Tejo (PCP), que baixou à 7.ª Comissão, 301/XII (1.ª) —
Abolição da cobrança de portagens e retirada dos pórticos da Via do Infante (A22), tendo em conta a avaliação
do seu impacto sobre a economia e as populações (BE), que baixou à 6.ª Comissão, e 302/XII (1.ª) —
Recomenda ao Governo a criação de gabinetes e linha verde de prevenção da violência das praxes e de apoio
às vítimas dessas práticas (BE), que baixou à 8.ª Comissão, e a apreciação parlamentar n.º 15/XII (1.ª) —
Relativa ao Decreto-Lei n.º 75/2012, de 26 de março, que estabelece o regime de extinção das tarifas
reguladas de venda de eletricidade a clientes finais com consumos em baixa tensão normal (BTN) e adota
mecanismos de salvaguarda dos clientes finais economicamente vulneráveis (PS), que baixou à 6.ª Comissão.
Em termos de expediente, é tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos entrar na ordem do dia de hoje, que será preenchida com o
debate da interpelação n.º 5/XII (1.ª) — Sobre política orçamental e de crescimento (BE).
Para a abertura do debate, tem a palavra, em nome do partido interpelante, a Sr.ª Deputada Ana Drago.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Faz hoje 98 dias
que o Sr. Ministro de Estado e das Finanças garantiu que estávamos a aproximar-nos de «um ponto de
viragem» e que o acordo com a troica «está bem encaminhado». Este otimismo, que faria do capitão do
Titanic uma pessoa avisada e rigorosa, não choca de frente com a realidade, na verdade inventa uma nova
realidade só para si.
Desde que o Ministro Vítor Gaspar entreviu esse «ponto de viragem», o País tem mais 20 000 pessoas
que, querendo trabalhar, não conseguem encontrar um posto de trabalho. Será este o ponto de viragem?
Os impostos aumentaram, todos sem exceção, e hoje já vemos ministros do CDS, anteriormente conhecido
como «partido do contribuinte» e que agora é o partido do cobrador, a anunciar novos impostos, que se vão
juntar ao catálogo dos impostos já existentes, mas a receita fiscal, em vez de aumentar, diminui, e diminui
muito — menos 5,8%. Será este, então, o ponto de viragem?
O estrangulamento do investimento público, conjugado com um setor bancário que não devolve à
economia o que recebe do Estado e do Banco Central Europeu, está a fazer ruir setores económicos inteiros,