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I SÉRIE — NÚMERO 102

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Não, Sr. Deputado, não faremos a última reforma da justiça; não, Sr. Deputado, não iremos vender a reforma

da nossa justiça como a quinta-essência que vai resolver todos os problemas do crescimento e do emprego.

Mas, Sr. Deputado, é preciso não estar claramente de olhos abertos e não estar de boa-fé para hoje

desvalorizar uma reforma tão crítica para a economia, para os cidadãos e para a democracia como é a

reforma da justiça.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Até agora, é só paleio, Sr. Primeiro-Ministro!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Que não haja no Parlamento quem a queira discutir nestes termos importantes

já é muito revelador do enviesamento que certas forças políticas têm do debate democrático em Portugal!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Queremos, em todo o caso, que as observações que o Sr. Deputado fez a propósito de notícias — de

factos, portanto — que apontam para bons resultados que têm vindo a ser alcançados também não fiquem

descuradas. O Parlamento não tem de ser monotemático e também temos interesse em acentuar essas boas

notícias.

Não tenho dúvida de que o debate de ontem, suscitado pelo Bloco de Esquerda, um debate de urgência,…

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Uma interpelação ao Governo!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … em que esteve presente o Ministro de Estado e das Finanças para avaliar a

execução orçamental, a designada «espiral recessiva que está em marcha», todas essas superstições tiveram

ontem, da parte do Governo, a resposta adequada.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Superstições?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Superstições, Srs. Deputados!

Risos do BE.

Superstições, sim, porque existe hoje, manifestamente, na sociedade portuguesa um conjunto variado de

agentes políticos que se comprazem com as desgraças e estão a ver quando a desgraça pode ser um

bocadinho maior para poder apontar um insucesso ao Governo.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Não fomos nós que tirámos os 13.º e 14.º meses!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Srs. Deputados, a verdade não é aquela que os senhores apontam.

O Sr. João Oliveira (PCP): — O senhor é que arruína a vida das pessoas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado esteja em silêncio, se fizer favor, para poder proporcionar um

bom debate no Parlamento. Isso é que é respeito e democracia, Sr. Deputado! É saber ouvir os outros!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PCP.

Se o Sr. Deputado souber ouvir os outros, ficará a saber que também será ouvido com mais respeito, ao

contrário do que acontece às vezes.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.