I SÉRIE — NÚMERO 108
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O Sr. Primeiro-Ministro teve oportunidade de estar, durante várias horas, com o chefe do governo de
Espanha. Podia ter-lhe perguntado por que é que ele tem pedido mais tempo para proceder à consolidação
das contas públicas e por que é que ele, para este ano, por exemplo, já acordou um défice completamente
diferente daquele que estava estabelecido anteriormente.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — Terei muito gosto em explicar-lhe, mas gostava que o Sr. Primeiro-
Ministro me explicasse uma coisa muito simples: este Parlamento aprovou a prescrição por DCI, por princípio
ativo, o que significa uma poupança de 100 milhões para as famílias portuguesas.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — Já terminou o prazo para o Governo publicar a portaria e o que lhe
pergunto é por que é que o Governo é tão rápido a aumentar os impostos e a lançar novas taxas e não
cumpre com as obrigações legais,…
Protestos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — … de elaborar uma portaria que permitiria aos doentes portugueses e
aos portugueses, em geral, comprarem medicamentos, através da prescrição por denominação comum
internacional, com benefícios para os contribuintes.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra, para formular as suas perguntas, o Sr. Deputado Nuno
Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, começo por três questões que
não são políticas, são puramente factuais.
Primeira questão, Sr. Primeiro-Ministro: qual era o défice real de Portugal no ano passado, sem qualquer
tipo de medida ou receita extraordinária? É importante que isto fique claro, porque é importante que os
portugueses saibam exatamente por onde começou o esforço a que estão a ser obrigados e por
responsabilidade de quem começou esse esforço. Não é uma questão política, é uma questão de facto.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Segunda questão, também factual, Sr. Primeiro-Ministro: é ou não
verdade que a Espanha não está sob assistência financeira? E, não estando, creio eu, sob um programa de
assistência financeira, a Espanha não tem os mesmos desafios nem os mesmos problemas que Portugal —
que está sob assistência financeira — teria se pedisse mais tempo?!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Portanto, gostaria também que o Sr. Primeiro-Ministro pudesse
responder, factualmente, se a Espanha está ou não sob assistência financeira, porque, para alguns, o mundo
parece ter mudado tanto e tão rapidamente, num só dia, que a nossa bancada está também, de alguma forma,
expectante sobre a possibilidade de a Espanha ter estado sob assistência financeira e nós não sabermos, Sr.
Primeiro-Ministro.