18 DE MAIO DE 2012
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Porém, e passados dois anos da sua aprovação, reconhece-se a necessidade de se proceder à revisão do
regulamento que institui as referidas taxas, justificando-se, assim, reavaliar os valores e as características que
determinam a isenção das taxas a aplicar no pedido de atos administrativos, como as declarações, os
pareceres, as informações ou as autorizações, em particular para o uso, ocupação ou transformação em
atividades relacionadas com a agricultura e a floresta, setores que o CDS reconhece como estruturantes e
estratégicos para a economia portuguesa.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Importa, assim, no contexto desta futura revisão, discriminar
positivamente, e em alguns casos mesmo isentar, as taxas aplicadas ao sector agrícola e florestal, envolvendo
e atraindo as comunidades locais através da realização das suas atividades com respeito pelo aproveitamento
sustentável dos recursos naturais.
É também por este respeito pelos recursos naturais que os parques naturais estão divididos em zonas de
diferente sensibilidade ambiental, com diferentes graus de proteção, existindo fortes condicionantes ao seu
uso e visitação em função dos valores naturais presentes. Por isso, facilmente se compreenderá que a
visitação a zonas de proteção total tem de ser feita de forma controlada e compatível com a capacidade de
carga desses habitats como medida de minimização dos impactes e garantia da integridade dos ecossistemas
e valores naturais aí existentes.
Entende, por isso, o CDS-PP — e vários estudos realizados sobre o valor económico dos ecossistemas e
da biodiversidade o sustentam — que a aplicação de instrumentos, como as taxas, geridos de forma eficiente
e utilizados para os fins de preservação e conservação da natureza e da biodiversidade é uma boa prática de
gestão para combater a pressão humana sobre o capital natural.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, há muito ruído na Sala. É até perturbador para os oradores estarem
a falar sentindo este ruído. Peço, por isso, aos Srs. Deputados o favor de se sentarem e que haja menos ruído
na Sala.
Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Heloísa Apolónia, de Os Verdes, Paulo Sá,
do PCP, e Paulo Cavaleiro, do PSD.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Altino Bessa, começo por fazer
uma sugestão: se o Sr. Deputado e o seu grupo parlamentar estão tão preocupados com a matéria da
biodiversidade — e devem estar, de facto, porque os níveis de perda de biodiversidade, não só a nível
nacional como a nível mundial, são preocupantes —, devem preocupar-se com a matéria dos organismos
geneticamente modificados (OGM).
Não sei se o Sr. Deputado tem conhecimento de um estudo rigoroso, feito em Inglaterra no decurso de
quatro ou cinco anos, que concluiu, sem dúvida absolutamente nenhuma, que a generalização do cultivo de
OGM em espaço aberto, naturalmente, é um atentado à biodiversidade. Fica aqui feita esta sugestão,
designadamente para apoio a iniciativas legislativas que Os Verdes apresentam sobre a matéria.
Se eu lhe dissesse «julgo que era muito importante começarmos a pagar uma taxa para frequentar a praia,
porque assim vamos arrecadar dinheiro para podermos intervir sobre o litoral», o Sr. Deputado virar-se-ia para
mim e diria «que ideia tão patética!»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não sei!…
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Bom, espero que dissesse isso!
Sr. Deputado, o mesmo princípio se aplica aos espaços protegidos e às áreas classificadas. As pessoas
não podem ser obrigadas a pagar pelo facto de irem passear, de exercer o seu direito de conhecer uma área
protegida. Ou seja, temos aqui o princípio ao contrário, e daqui a bocado temos todos os portugueses a