18 DE MAIO DE 2012
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República um dos debates centrais, fundamentais, sobre a situação política na Grécia, que muito determina o
que será o futuro da União Europeia e também, portanto, o que será o futuro do País, e apenas o Partido
Comunista Português se levantou para colocar uma questão, emitir a sua opinião sobre a situação política na
Grécia, fazer uma apreciação do que tem sido a posição das políticas de austeridades nos últimos anos, uma
vez que PS, PSD e CDS se remetem a uma espécie de silêncio ensurdecedor. Devo dizer que não consigo
perceber exatamente porquê.
Há duas hipóteses: ou há uma perceção de que algo ameaça aquela que tem sido a estratégia e o discurso
do Partido Socialista, do Partido Social Democrata e do CDS sobre o que está a acontecer na Grécia e,
portanto, a iminência de um processo político que possa colocar em causa este rolo compressor da política de
austeridade dos últimos anos assusta os partidos da situação, ou, então, pura e simplesmente, percebem bem
demais o que isto significa para os portugueses, havendo um fundo problema de consciência quanto à
sucessiva tomada de posição por parte destes partidos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É capaz de ser a segunda hipótese!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — É que, Sr. Deputado, hoje falamos de um País que parece ter ido à frente na
linha do sacrifício dos países que têm sido afetados pela imposição de políticas de austeridade no espaço da
União Europeia. Não há nenhum português que não olhe para a situação da Grécia e não pense: «Como é
possível, num espaço de suposta solidariedade política da União Europeia e da zona euro, impor uma política
que significa empobrecimento, crescimento do desemprego, perda de capacidade de produção de riqueza,
não existência de futuro e onde não se resolve o problema da dívida?».
Portanto, eles foram o povo sacrificado. Neste exato momento, nestas eleições, na recomposição política
que estamos a assistir na Grécia, aparece um sinal de esperança, à esquerda, de uma força política que diz:
«Não aceitamos a chantagem da austeridade.».
O Sr. João Semedo (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Estas lutas nunca são fáceis e não têm um sucesso garantido, mas algo começa
aqui. E creio que é o medo da perceção de que os povos europeus não vão aguentar mais as mentiras que
foram trazidas para a campanha eleitoral pelos partidos que assinaram pactos, que nos conduzem ao
desespero, ao desemprego e ao não futuro, que, hoje, fez silenciar todas as bancadas da direita.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Como os Srs. Deputados sabem, passamos agora a uma declaração política do
Governo, nos termos dos n.os
2 e 3 do artigo 78.º do Regimento, cujo tema é a sustentabilidade do sistema
elétrico nacional.
Tem a palavra o Sr. Ministro da Economia e do Emprego, a quem aproveito para cumprimentar, assim
como aos demais membros do Governo.
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego (Álvaro Santos Pereira): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: Hoje, é um dia histórico em que se assinala uma viragem nas políticas energéticas, em linha com
o compromisso do Governo para com os portugueses.
Desde que tomou posse, este Governo assumiu uma estratégia muito clara para o setor da energia: o
aumento da competitividade, através de uma maior concorrência; o incremento da sustentabilidade ambiental;
a criação de condições que garantam o cumprimento das necessidades de abastecimento do sistema elétrico
nacional; e a redução dos custos de sistema por forma a corrigir os desequilíbrios acumulados nos últimos
anos e assim atenuar subidas de preços que o País não suportaria.
Vozes do PSD: — Muito bem!