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I SÉRIE — NÚMERO 111

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A verdadeira oportunidade que pode ser dada aos portugueses é a possibilidade de terem um emprego.

Isso, sim, é falar de oportunidades.

Mas o Governo não quer saber, nada faz para combater o desemprego, tendo até o próprio PSD sentido

necessidade de chamar a atenção do Governo para o problema do desemprego, como fez na semana

passada, aquando da discussão do projeto de resolução sobre a Europa que o PSD propôs.

O próprio PSD recomendava ao Governo que se virasse para o problema do desemprego. Portanto, se até

o PSD reconhece que o Governo nada faz em matéria de desemprego, se é o próprio PSD a dizê-lo, está tudo

dito.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: A gravidade

dos números do desemprego são reveladores da situação dramática que o País vive — 1,2 milhões de

desempregados. Este é o número real do desemprego no nosso país, é a taxa de desemprego mais elevada

de sempre na história de Portugal.

São milhares os desempregados que estão há vários anos em desespero à procura de emprego. O

desemprego entre as mulheres já ultrapassou os 15%. São cada vez mais as famílias onde marido e mulher

estão desempegados, levando a situações verdadeiramente dramáticas do ponto de vista social. São milhares

os trabalhadores precários que perderam os seus empregos, contrariando aquela peregrina orientação e ideia,

de que o que é preciso é trabalho precário e a solução passa pela precariedade.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — O desemprego entre os jovens atinge valores assustadores com taxas

perto de 50% e nos primeiros três meses de 2012 foram destruídos 72 000 postos de trabalho.

Face a esta realidade, o Governo de Passos Coelho e de Paulo Portas o que é que diz? Qual é a

mensagem que transmite aos portugueses? A primeira mensagem foi um apelo vergonhoso à emigração,

diga-se de passagem.

Agora, dizem que o desemprego é uma oportunidade. Além do insulto, é uma falta de respeito para com

quem está desempregado e todos os dias luta contra o desemprego e procura emprego e é também um sinal

de que o Governo não vai mudar de caminho, não vai, efetivamente, combater o desemprego para concentrar

cada vez mais riqueza em meia dúzia de grupos económicos. Para concretizar o pacto de agressão, PSD e

CDS-PP não olham a meios, destroem a economia, empobrecem quem vive do seu salário e criam um

exército de desempregados para facilitar ainda mais a exploração de quem trabalha.

Dizem que estamos no bom caminho. A verdade é que estamos a afundar o nosso País.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Importa referir que esta taxa de desemprego não caiu do céu, Sr. Ministro,

em resultado de opções políticas do anterior governo do PS e do atual Governo do PSD/CDS-PP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Com o governo PS tivemos PEC atrás de PEC, desemprego a aumentar,

depois tivemos o pacto de agressão assinado pelo PS, a que o PSD e o CDS-PP se juntaram, e com o pacto

de agressão tivemos cada vez mais recessão, mais desemprego.

As consequências estão à vista, a taxa de desempego que hoje temos em Portugal é a prova cabal do

falhanço, do desastre que o pacto de agressão representa: mais recessão, mais dívida, mais pobreza, mais

dificuldades, são cada vez mais as famílias que não conseguem pagar as suas casas, entrando em

incumprimento.

Na saúde, cada vez mais portugueses não têm acesso à saúde, porque não conseguem pagar as taxas

moderadoras devido ao desemprego; na educação, nomeadamente no ensino superior, registam-se taxas

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