I SÉRIE — NÚMERO 112
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Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em suma, com esta atitude de diálogo da maioria, com este sentido
de responsabilidade do maior partido da oposição, Portugal dá hoje um sinal claro, externo e interno, de que
quer cumprir, de que vai cumprir, de que vamos conseguir. Isto é tão-só o essencial que distingue o acessório
e que distingue até o importante.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Rodrigues.
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Subo a esta tribuna em nome
do consenso europeu.
É nosso propósito discutir este projeto de resolução suportando e viabilizando o seu texto, com as
propostas que apresentámos conjuntamente com o CDS-PP, particularmente porque é necessário, para o
exterior do País, dar um sinal duplo: um sinal de que é possível convergir na diversidade, de que é possível ter
opiniões diferentes e, mesmo assim, assumir a necessidade de termos de percorrer um caminho juntos.
Ao mesmo tempo, para o interior do País, queremos também demonstrar àqueles que, como foi aqui dito,
sofrem as agruras do desemprego, sofrem os problemas derivados da situação difícil em que o País se
encontra que, também aqui, não obstante termos diferenças, é sempre possível associarmo-nos, é sempre
possível dar a mão, é sempre possível assumir a dimensão da construção de um futuro conjunto.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Diga-se, aliás, que o consenso europeu é, porventura, um dos maiores patrimónios do País. Durante mais
de 30 anos, os partidos que se reclamam defensores da Europa souberam juntar as suas divergências e
demonstrar ao País, aos portugueses e, acima de tudo, aos europeus que também estamos com eles, que
estamos dentro do projeto europeu e queremos, com eles, construir um futuro coletivo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Relativamente àquilo que está aqui em discussão, importa, desde já,
salientar duas questões fundamentais.
Em primeiro lugar, a discussão de hoje vem na linha daquele que tem sido um trabalho de conciliação
relativamente às matérias europeias, o qual começou com a ratificação do tratado orçamental. E aconteça o
que acontecer hoje, na votação que realizarmos, tal não vai pôr em causa o caminho que já trilhámos, que é
um caminho não de vitória ou derrota de quem quer que seja, mas de demonstração para o exterior que temos
capacidade, que temos credibilidade, que temos confiança e que temos um Governo que é capaz de garantir
aos portugueses que nele se podem rever.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Significa isto que qualquer solução que derive da votação que hoje
fizermos não pode pôr em causa o processo de ratificação do tratado orçamental, aqui traçado há semanas
atrás.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Rodrigues (PSD): — E não o pode pôr em causa por duas razões: porque ninguém nega a
necessidade de termos disciplina e rigor orçamentais, ninguém nega a necessidade de disciplinarmos as
finanças públicas, ninguém nega a necessidade de sustentabilidade das finanças públicas portuguesas, face
àquele que foi o descontrolo verificado no passado, ninguém nega a necessidade de todos termos de trabalhar
em conjunto para realizar este objetivo, mas também ninguém pode negar que os princípios contidos no
projeto de resolução em discussão coincidem, em grande medida, com os princípios que o PSD tem vindo a