24 DE MAIO DE 2012
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É em nome desse mesmo interesse nacional que peço a todos a aprovação de uma proposta que é
fundamental para o futuro no nosso País, para o bem-estar das pessoas e para a dignificação da nossa
participação na União Europeia.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputados, a Mesa regista a inscrição, para pedidos de esclarecimento, dos Srs.
Deputados Honório Novo, do PCP, Ana Drago, do BE, José Luís Ferreira, de Os Verdes, e António Rodrigues,
do PSD, sendo que o Sr. Deputado Carlos Zorrinho pretende responder um a um.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Honório Novo.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Carlos Zorrinho, o senhor considerou que,
com esta iniciativa do PS, este é um momento histórico, um dos momentos mais importantes. Devo dizer-lhe
que tenho alguma dificuldade em considerar histórica a discussão sobre um remendo, sobre uma proposta de
remendo a um pacto orçamental.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Mas gostava de lhe colocar duas ou três perguntas preliminares e
agradecia as suas respostas: o senhor é capaz de me dizer quantos países já ratificaram o pacto orçamental?
Foi a Grécia e Portugal, não foi, Sr. Deputado? Confirme-me, se faz favor! Isto não quer dizer nada? Isto não
significa nada em especial?
Uma outra pergunta que gostava de lhe fazer é a seguinte: quem é que, em Portugal, votou a favor do
pacto orçamental? Queria que me confirmasse se foram o PSD e o CDS que votaram a favor do pacto
orçamental, mas queria que me confirmasse, de uma forma especial, se também foi o PS que votou a favor do
pacto orçamental. Isto é, afinal, o PS está de acordo com o pacto orçamental, apesar de andar há três
semanas ou um mês a fazer tudo para fingir que está em desacordo com o pacto orçamental.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Honório Novo (PCP): — Isto é, o Partido Socialista votou a favor do pacto orçamental, logo, está de
acordo, e votou a favor da limitação da soberania orçamental do País; o PS votou a favor do pacto orçamental,
ou seja, votou a favor da subordinação do Tribunal Constitucional português aos tribunais europeus; o PS
votou a favor do pacto orçamental, isto é, votou a favor de normas que pretendem eternizar a situação de
regressão social e de empobrecimento do País; o PS votou a favor do pacto orçamental, votou a favor de tudo
isto e hoje, momento histórico para o Partido Socialista, apresenta aqui um remendo àquilo que votou.
Mas, afinal, Sr. Deputado, para que serve este remendo? Para alterar o pacto orçamental?! O Sr. Deputado
sabe tão bem como eu, como todos sabemos, que este remendo não vai alterar pacto orçamental nenhum!
Vou dizer-lhe para que é que este remendo serve: serve para tentar enganar o País, para tentar enganar os
trabalhadores, para fazer de conta que os senhores estão contra o pacto orçamental que aqui votaram.
Termino, Sr.ª Presidente, perguntando ao Sr. Deputado Carlos Zorrinho se quer que o PS continue a fingir,
com este remendo e a sua eventual aprovação, que Portugal vai evitar o desastre económico e social para
onde as políticas do pacto orçamental e as políticas do Memorando da troica estão a empurrar o País e os
portugueses.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Zorrinho.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Honório Novo, deixe-me sublinhar o que eu
disse na Tribuna.