25 DE MAIO DE 2012
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Srs. Deputados, estas são, em linhas gerais, as ideias do CDS que teremos oportunidade de densificar ao
longo da tarde. O importante, agora, é que se esclareça quais os caminhos e as opções que podemos trilhar,
quais os caminhos que podemos explorar, quais os efeitos secundários desses caminhos e de que efeitos
perversos podemos estar a falar e que não estamos a prever.
Que fique, por isso, clara a nossa vontade de, com o maior consenso possível, encontrar uma resposta tão
sistematizada quanto possível para este problema ao qual não voltaremos a cara.
Depois disto, Srs. Deputados, temos de voltar aqui. Há muito por fazer quanto ao mercado do crédito à
habitação, aplicável, portanto, aos contratos futuros. Há que garantir liberdade contratual, transparência da
informação e autonomia das partes para que se alcance o equilíbrio necessário. Mas isso é de seguida. Por
agora é importante falar das situações vigentes com os contratos atuais e que atingiram um dramatismo
alarmante.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados José Luís Ferreira, de
Os Verdes, Catarina Martins, do BE, Bernardino Soares, do PCP, e Rui Paulo Figueiredo, do PS, sendo que o
Sr. Deputado informou a Mesa que pretende responder dois a dois.
Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Adolfo Mesquita Nunes, queria
aproveitar para saudar o CDS-PP pelo facto de ter trazido para discussão o grave problema social que as
políticas de austeridade do Governo PSD/CDS-PP estão a provocar às famílias portuguesas.
Não vale e pena andar com rodeios nem vale a pena fugir à verdade: a situação que está criada é,
sobretudo, o resultado das políticas do Governo PSD/CDS-PP. Foi o aumento dos impostos, os cortes nos
salários, os aumentos dos bens essenciais — da eletricidade, do gás, e por aí fora —, os cortes e as restrições
nos apoios sociais, etc., etc.
E o pior é que, perante o drama que as famílias portuguesas estão a viver, o Governo limita-se a assistir
com uma passividade que até é capaz de tirar a paciência a um santo!
O Governo só tem a preocupação dos mercados, as famílias há muito que deixaram de ser consideradas.
E não se diga que não há dinheiro, porque para algumas coisas e para alguns aparece sempre. O Governo diz
que não há dinheiro para as prestações sociais, mas o dinheiro aparece quando o BPN precisa; o Governo diz
que não há dinheiro para pagar os subsídios de férias às famílias portuguesas, mas o dinheiro aparece
quando é necessário recapitalizar a banca.
Sr. Deputado Adolfo Mesquita Nunes, uma vez que as famílias portuguesas estão a viver um verdadeiro
drama e que esta situação é o resultado direto das políticas do Governo PSD/CDS, gostava que nos
lembrasse onde estava o CDS quando essas medidas do Governo foram aqui votadas, onde estava o CDS
quando se votou o aumento dos impostos às famílias portuguesas, onde estava o CDS quando se votou o
aumento do IVA e do IRS, onde estava o CDS quando se votou o congelamento das reformas e das pensões,
os cortes salariais, as restrições e os cortes aos apoios sociais, o corte do subsídio de férias e do 13.º mês.
Onde estava o CDS, Sr. Deputado?
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Adolfo Mesquita Nunes, o Bloco de
Esquerda, há dois meses, trouxe este tema a Plenário da Assembleia da República apresentando um projeto
de lei concreto para dar respostas muito concretas. Fomos o primeiro partido a trazer este assunto à
Assembleia da República. Bem sei que não lhe interessa agora discutir se esta é uma questão da esquerda ou
da direita, mas a verdade é que esta foi uma questão trazida pelas mãos da esquerda.
Mas falemos do que aconteceu nos últimos dois meses: durante este tempo, o Governo e os partidos da
maioria foram incapazes de apresentar qualquer proposta…
O Sr. João Semedo (BE): — Essa é que é a verdade!