2 DE JUNHO DE 2012
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Aplausos do PS.
Em terceiro lugar, é uma crise económica com um défice profundo de investimento, de investimento público
e privado. É que, ao contrário do que os senhores pensam, quando o investimento público cai, o privado
também cai, e quando o investimento público aumenta, o privado também aumenta.
Portanto, o que precisamos é, isso sim, de um plano de um plano de relançamento e de dinamização da
economia europeia e não de empobrecer o País e de generalizar a austeridade a toda a Europa, o que,
irresponsavelmente, os senhores defendem.
A vossa proposta é tão irresponsável como a do PCP. À saída de um Conselho Europeu, onde cada vez
mais há um consenso de que são necessárias certas medidas (nomeadamente, os eurobonds e de reforçar o
investimento público, na Europa), o Primeiro-Ministro, incompreensivelmente, vem defender a posição da Sr.ª
Merkel.
Se todos os responsáveis políticos, em Portugal, tivessem um discurso igual ao do Sr. Primeiro-Ministro, se
calhar, o PCP tinha razão.
Aplausos do PS.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — A arrogância é sinal de ignorância!
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Vera Rodrigues.
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados: Antes
de me referir à iniciativa do PCP, gostaria de dizer ao Deputado João Galamba que os Estados Unidos da
América não estão sob um programa de assistência financeira, ao contrário de Portugal! Dá-me a sensação
que é importante relembrarmos isto todos os dias em que se fala em dívida pública portuguesa.
O que o PCP propõe, hoje, é dar tudo a todos, gratuitamente! Não é um discurso novo, é um discurso já
conhecido e que significa, simplesmente, não pagar, não cumprir, não honrar compromissos, não honrar a
palavra e faltar a um acordo.
Protestos do PCP.
Mas esse não é o caminho que defendemos no CDS. Não é propriamente por uma questão de estilo ou de
ideologia mas necessariamente, sim, por uma questão de honra e pelo objetivo maior que é o de resgatar a
nossa autonomia e a nossa soberania tão cedo quanto possível.
Por isso, no CDS, não queremos prolongar este plano de assistência financeira.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — Queremos, sim, sair dele o quanto antes. Não queremos pedir mais
dinheiro emprestado, queremos diminuir as necessidades de financiamento do País. Não queremos desistir da
difícil travessia que fazemos, mas queremos provar que conseguimos superá-la. Não queremos dar sinais de
tibieza, queremos, sim, continuar a dar provas de credibilidade.
É que, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, a dívida pública é mesmo nossa, não é da troica, não chegou com
o Memorando nem é dos alemães ou da Sr.ª Merkel, que o PCP aqui tanto ataca.
Por isso, a má notícia é que somos mesmo nós que temos de a pagar.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — No CDS, não alinhamos em discursos que promovam instabilidade e
que ponham em causa a nossa credibilidade.