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I SÉRIE — NÚMERO 118

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O Sr. MiguelSantos (PSD): — … uma política de protesto, uma política eminentemente conflituosa, uma

política para conseguir que as ruas se encham de pessoas a manifestar-se. E, claro, entre a teoria dos bons e

dos maus viriam os senhores à cabeça, todos de braço dado.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado João Semedo, tem a palavra para responder.

O Sr. JoãoSemedo (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Miguel Santos, com certeza já ouviu dizer que

«pela boca morre o peixe». Mas sabe uma coisa? É que também «pela boca morre o Deputado».

Sabe por que é que não há prescrição por DCI há mais tempo neste País? Porque os seus colegas de

bancada votaram contra. Veja já, Sr. Deputado! E quer que lhe diga há quantos anos foi isso? Quer que lhe

diga? Não é preciso que o senhor sabe. Estava cá quando isso aconteceu, pelo que sabe tão bem como eu.

E diga-me uma coisa, Sr. Deputado Miguel Santos: foi o Bloco de Esquerda que divulgou a carta hospitalar

ou foram o seu Governo e o Presidente da Entidade Reguladora da Saúde que se desdobraram, durante o fim

de semana, em entrevistas? Foi o Bloco de Esquerda? Agora, quer que o Bloco de Esquerda não tenha lido a

carta e não tenha concluído — como todas as pessoas que leram a carta, mas não deve ter sido o seu caso —

o que se podia concluir dela? É que em seis especialidades propõem fechar mais de 40 serviços e unidades.

O que quer que lhe diga? Qual é o alarmismo? O alarmismo é a política do PSD e do CDS que o promove,

não são as bancadas da oposição e muito menos o Bloco de Esquerda.

Deixe-me dizer-lhe o seguinte: o que interessa discutir neste debate e no Parlamento, que tanto incomodou

a bancada do CDS e a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, que acha que é um crime de lesa-majestade…

A Sr.ª TeresaCaeiro (CDS-PP): — Não, não!

O Sr. JoãoSemedo (BE): — … propor uma audição pública para debater a carta hospitalar — veja lá o

conceito de democracia a que chegaram as bancadas da direita! —, é se o Sr. Deputado acha que a carta

hospitalar é um documento que se apresente desta forma ao País e com aquele conteúdo.

Quero ainda perguntar-lhe se acha bem que se contrate o equivalente a 1700 médicos à peça, em pacote,

à hora, sem soluções de continuidade, violando as carreiras médicas. O Sr. Deputado acha isso bem? É que

se acha isso bem, tem que o dizer para o País saber!

É a isso que os Srs. Deputados têm de responder. Não é fazer grandes conjeturas sobre o comportamento

das bancadas da oposição, é responder aos problemas.

O senhor acha bem que se obrigue um médico a decidir se dá ou não um medicamento a um doente

oncológico só porque o medicamento é caro?! Mas é o senhor que escolhe?! Era só o que faltava! Mas que

arrogância social! Olhe, eu não me permitia isso! Não me permito escolher se dou ou não um medicamento a

um doente! Isso é inaceitável! E mais: nem sequer tem razões económicas! Vamos todos pagar muito caro

essa contabilidade que o Dr. Paulo Macedo anda a fazer na política de saúde neste País. Não tenha dúvida

nenhuma de que vamos todos pagar isso muito caro.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado António

Serrano.

O Sr. AntónioSerrano (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Semedo, quero começar por saudá-lo

pela declaração política que apresentou e dizer-lhe que não está sozinho.

O que o Bloco de Esquerda nos trouxe são preocupações legítimas que assolam, hoje, a sociedade

portuguesa e que até têm sido objeto de intervenção do Sr. Presidente da República, que em duas

intervenções veio alertar para a necessidade de salvaguardar as conquistas que se fizeram ao longo de mais

de 30 anos no Serviço Nacional de Saúde,…

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