O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 121

18

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, com um ano de vida do

Governo, o senhor disse, há dias, que Portugal está próximo do crescimento e já não está à beira do abismo.

Aliás, disse-o na linha do «estamos no bom caminho», proclamado — e permita-me que o copie — por

agentes do Governo.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas constatamos exatamente o contrário: o mercado interno não está

à beira do abismo, está já no fundo, com as políticas de severa austeridade e de empobrecimento da

população, onde o nível do desemprego surge como prova de acusação irrefutável.

As exportações voltam a cair abruptamente. O investimento andou para trás e continua a regredir a níveis

assustadores. Estão a falir empresas viáveis, empresas com mercado para a sua produção, em resultado da

asfixiante falta de liquidez das empresas portuguesas.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Asfixia, cuja origem está nas medidas do pacto de agressão e do

estrangulamento do crédito pela banca. Bem pode o Sr. Deputado Luís Montenegro fazer esses apelos aos

«amigos da banca» que eles não têm nem coração nem sentimentos!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Têm uma visão de lucro máximo e, por isso, não emprestam às

empresas!

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas essa asfixia é também resultado do não pagamento das dívidas

do Estado, da suspensão de inúmeras obras e de uma brutal redução do investimento público, da política

fiscal predadora — é o caso do IVA—, da brutalidade das subidas dos preços de energia, do gasóleo, da

gasolina, da eletricidade, do gás natural. Nem o problema do défice nem, sequer, o problema da dívida estão a

ser resolvidos.

Vozes do PCP: — É verdade!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Então, em que fundamenta, Sr. Primeiro-Ministro, essa sua

afirmação?

Acha que, negando a realidade, ela deixa de existir?

Acha mesmo que estamos no bom caminho, com o País e a vida dos portugueses a andarem para trás?

Então, estamos pior que no ano passado, e o senhor diz que estamos no bom caminho, enfim, que já

fugimos da beira do precipício? Acerte lá o seu discurso com a realidade, mesmo que isso lhe custe, Sr.

Primeiro-Ministro. Se não o fizer, obviamente estará a enganar os portugueses.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, o Governo tem procurado

fazer sempre um exercício de realismo.

Protestos do Deputado do PCP Honório Novo.

Páginas Relacionadas
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 121 28 A Sr.ª Presidente: — A Sr.ª Deputada H
Pág.Página 28
Página 0029:
16 DE JUNHO DE 2012 29 Viúva do arquiteto Francisco Keil do Amaral, Maria Keil nasc
Pág.Página 29