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16 DE JUNHO DE 2012

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É justamente isso, Sr. Deputado!

O que significa, portanto, que não pinta a realidade de cor-de-rosa, que não anda a fugir aos problemas…

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e que não ignora a situação do País.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Mas parece!

O Sr. Primeiro-Ministro: — E essa é a razão por que, às vezes, existem até críticas de pendor contrário,

Sr. Deputado, no sentido de que o Governo devia, até, ser capaz de transmitir uma mensagem mais positiva

da realidade, fazer, talvez, um exercício de esperança mais importante para mobilizar o País. Há, pois, críticas,

Sr. Deputado, em sentido contrário.

Mas a verdade é que o Governo continua a ver, com muito realismo, a situação. E o realismo impõe que se

diga o seguinte: um País que, há um ano, esteve na iminência da bancarrota, isto é, de não ter meios de

solver os seus compromissos externos e internos, é um País que só pode estar à beira do desespero. Não é o

que se passa, hoje, em Portugal, Sr. Deputado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah, pois não!…

O Sr. Primeiro-Ministro: — Em segundo lugar, um País que, por ter chegado a essa situação, acumulou

uma dívida excessiva, que era, até, considerada insustentável na sua dinâmica, e que obtinha, da parte dos

mercados, uma reação negativa de não haver disponibilidade de financiamento,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E quem é que lhe diz que, agora, há?

O Sr. Primeiro-Ministro: — … é um País que não pode prosseguir, sem ajuda externa, a sua vida

corrente.

Ora, Sr. Deputado, independentemente das considerações que se possam fazer quer sobre o Memorando

de Entendimento — que é, como quem diz, sobre as condições do resgate — quer sobre observações de

natureza ideológica sobre o que deve, ou não, ser o bom governo, independentemente dessas diferenças, Sr.

Deputado, há uma realidade que nós conhecemos, que é esta: um país que não tem crédito nos seus credores

e que não cria riqueza suficiente para pagar a sua despesa só tem um caminho a fazer: viver ao nível daquilo

que pode e não daquilo que alguns sonham que pode. Isso, Sr. Deputado, é realismo, exatamente o contrário

daquilo que o Sr. Deputado defende!

Protestos do PCP.

Se os Srs. Deputados quiserem ouvir-me, eu talvez possa responder ao líder do vosso partido; se não me

quiserem ouvir, é mais difícil.

Aplausos do PSD.

Evidentemente que um conjunto de apartes dessa natureza perturba a resposta, Srs. Deputados. Portanto,

se têm interesse em que eu responda ao Secretário-Geral do vosso partido, desejaria o Primeiro-Ministro que

aguardassem a resposta.

É isto, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, que tenho para lhe dizer. Com realismo, Sr. Deputado, o caminho

que o País precisa de fazer é o de conter a sua despesa, conter o seu défice e não o contrário, que,

aparentemente, é a receita que o Sr. Deputado defende.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está enganado!

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