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I SÉRIE — NÚMERO 121

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A Sr.ª Presidente: — A Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia ainda dispõe de 30 segundos.

Faça favor, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o programa Impulso Jovem

não é um programa para criação de emprego. É ilusório! É uma ilusão! O Governo está a anunciar uma coisa

que não é real. É um programa de estágios! E tanto assim é que referi as características do programa e o Sr.

Primeiro-Ministro não desmentiu nenhuma. Não pode, porque é, de facto, assim. É um programa de estágio

para a precariedade e para os baixos salários — ponto final. E não é isto que se quer no País. O que se quer

no País é, de facto, a criação de emprego!

Dirá o Sr. Primeiro-Ministro: «Então, como é que se cria emprego?» O Sr. Primeiro-Ministro sabe, assim

como todos sabem, que só se cria emprego com a dinamização da economia, onde o mercado interno tem o

papel fulcral! No entanto, os senhores estrangulam o mercado interno! Retiraram poder de compra às pessoas

e retiraram o mercado às empresas! Nesse sentido, também digo: como é que as empresas contratam, se não

têm mercado para vender os seus serviços e os seus produtos?! É isso que o Governo roubou ao País e é

isso que está a estrangular, justamente, a criação de emprego.

Portanto, o Sr. Primeiro-Ministro pode vir com as ilusões todas que entender que não pega!

Por último, Sr. Primeiro-Ministro, gostava de dizer o seguinte: este Governo é, de facto, uma nódoa. Mas é

uma nódoa que fica marcada. Não sai nem com benzina! Agora, é bom que ele caia. Sabe porquê, Sr.

Primeiro-Ministro? Porque mais parece um arranha-céus que lá de cima deixou de ver o que se passa cá por

baixo.

O Sr. Primeiro-Ministro não tem noção da realidade! Este Governo desligou-se da realidade! E, quando o

Sr. Primeiro-Ministro diz que o Memorando criou condições mais favoráveis em Portugal, está tudo dito,

porque só criou condições mais favoráveis para a banca porque para as pessoas absolutamente nada, só para

pior, para pior e para pior!

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

A Sr.ª Presidente: — O Sr. Primeiro-Ministro já não tem tempo para responder.

Está, assim, terminado o debate quinzenal com o Primeiro-Ministro. Cumprimento o Sr. Primeiro-Ministro e

os demais Membros do Governo.

Srs. Deputados, vamos prosseguir com as votações regimentais.

Antes de mais, procederemos à verificação do quórum, utilizando o sistema eletrónico.

Pausa.

O quadro eletrónico regista 210 presenças, às quais se acrescentam 4 do PS (Deputados Ana Catarina

Mendonça, Fernando Serrasqueiro, Laurentino Dias e Vieira da Silva), perfazendo 214 Deputados, pelo que

temos quórum para proceder às votações.

O Sr. Secretário vai proceder a leitura do voto n.º 68/XII (1.ª) — De pesar pelo falecimento da artista

plástica Maria Keil (PCP).

Tem a palavra.

O Sr. Secretário (Jorge Machado): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto de pesar é do seguinte teor:

«Numa entrevista dada a um jornal, em 2007, Maria Keil dizia: ‘Fundamental é ter-se respeito a si próprio.

A gente vai pela vida fora, vai fazendo coisas quando vem a propósito. Tem cuidado para não ser chata para

os outros. Dá muito trabalho. E depois chega-se ao fim e a gente vai-se embora. Depois começa-se a pensar:

o que é que vai ser de mim debaixo do chão? Vou-me transformar em qualquer coisa. Não sei em quê, mas

aquilo tudo junto, se calhar há ouro por causa disso, das pessoas boas que foram enterradas. O ouro, as

pedras preciosas são as pessoas boas que morreram e se transformaram. As outras desaparecem.’

Maria Pires da Silva Keil do Amaral nasceu a 9 de agosto de 1914 e faleceu em Lisboa no passado dia 10

de junho de 2012.

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