I SÉRIE — NÚMERO 121
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O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, em primeiro lugar, quero
disponibilizar-lhe — e vou fazer chegar, através dos serviços da Assembleia — as declarações feitas pelo
Secretário de Estado da Saúde e que, segundo a Renascença, são declarações que foram já também
proferidas no dia 31 de maio, isto é, foram feitas e foram reafirmadas.
Em segundo lugar, Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe que não o acompanho quanto à manutenção da
qualidade dos serviços de saúde no nosso País, não por culpa dos bons profissionais de saúde que temos,
mas por culpa das suas políticas de racionalização, que atiram milhares de portugueses para fora do acesso
aos cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS.
Aliás, devo dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que não compreendo a sua lógica de introduzir racionalidade
sem pôr em causa esses serviços, porque, para lhe dar um exemplo, o Hospital de Santa Maria ainda não tem
acordado com o Governo o respetivo contrato para este ano. Gostava de saber porquê, porque já estamos no
meio do ano e isso ainda não foi feito.
A Sr.ª Presidente: — Tem, de novo, a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado, apenas para reafirmar que as políticas de
racionalização que estão em curso e as de reestruturação não põem em causa a qualidade dos serviços
prestados. E, até hoje, não há nenhuma evidência de que isso tenha acontecido. Não tenho, portanto, Sr.
Deputado, nada a acrescentar sobre essa matéria.
O que se passa com o Hospital de Santa Maria não é, nesta altura, do meu conhecimento e, portanto, terei
toda a oportunidade de responder ao Sr. Deputado em tempo oportuno, assim que me puder inteirar da
circunstância que aqui referiu.
Porém, sobre esta matéria, queria rematar dizendo o seguinte: o Serviço Nacional de Saúde está hoje a
fazer um esforço muito grande, com todos os seus profissionais, para poder acomodar não apenas as medidas
que estavam previstas no Memorando de Entendimento, especificamente sobre o Serviço Nacional de Saúde
e o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde, como está, além do mais, a fazer um esforço muito grande
para, dentro dos objetivos que ficaram fixados, dar um contributo positivo para o controlo das nossas contas
públicas.
Existe, da parte do Governo, uma noção muito clara do esforço positivo que tem sido alcançado até hoje.
Não existe, nem ao nível das taxas moderadoras, que representam, hoje, cerca de 2%, em termos financeiros,
do orçamento nacional público com a saúde, nem no que respeita ao transporte de doentes, nenhuma
evidência que tenha, como o Sr. Deputado referiu, atirado para fora do Serviço Nacional de Saúde seja quem
for. Pelo contrário, regozijo-me bastante com este resultado, que é o de os serviços de saúde continuarem a
exibir um elevado nível de qualidade e a não expulsarem ninguém, conforme, de resto, a Constituição
determina, em razão da sua situação económica.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado António José Seguro, tem a palavra.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, mais uma vez, o problema está
na dose, porque a receita que o senhor está a aplicar de cortes no Serviço Nacional de Saúde vai muito para
além daqueles que estavam estabelecidos no Memorando assinado com a troica.
Aplausos do PS.
Devo dizer-lhe o seguinte, Sr. Primeiro-Ministro: em termos de acesso aos cuidados de saúde, volto a
referir, porque assisti — foram testemunhos que presenciei de portuguesas e de portugueses, sobretudo em