21 DE JUNHO DE 2012
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Vozes do BE: — Ah…!
O Sr. Basílio Horta (PS): — … construção sobre as dunas, claro!… Quantas foram feitas com os PIN e
antes dos PIN? O Sr. Deputado vá ao Algarve e veja!
A questão importante, como eu disse, é que não podemos ter um País, todo ele, retalhado por proibição!
Todo! Ou é domínio florestal, ou é reserva agrícola, ou é reserva natural… Quem quer investir tem o martírio
da estrada para o poder fazer e, em vez de ser acolhido, é perfeitamente traumatizado.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Muito bem!
O Sr. Basílio Horta (PS): — E a questão é esta: quando é necessário atrair o investidor e não o deixar,
então, tem de se dizer à câmara que altere o PDM, seja a câmara do PCP, seja do PSD, ou nossa! E, depois,
não chega, é necessário dizer ao Governo que faça uma portaria, e tudo isto não é compatível com um País
que quer o crescimento e quer o desenvolvimento.
Por isso, vamos lá normalizar, dar transparência, dar clareza, dar celeridade ao licenciamento, para que
não seja mais um custo de contexto.
E, meu caro amigo e Deputado Hélder Amaral, quero dizer-lhe que fazíamos dois inquéritos por ano às
empresas nacionais e estrangeiras e, em primeiro lugar, vinha a burocracia do licenciamento e, em segundo
lugar, vinha a burocracia do regime fiscal, sendo que, por exemplo, o regime e o sistema laboral vinham em
quarto, quinto ou sexto lugar. É muito importante saber isto.
Para terminar, um pequeno apontamento para dizer o seguinte: sabemos que o licenciamento não é uma
cura miraculosa para o crescimento, há outras coisas muito importantes, como o financiamento, a formação e
a qualificação. Nunca se esqueçam que a formação, a qualificação e o ensino é a base da nossa
competitividade! Com muita pena temos visto as universidades não terem, muitas vezes, financiamento para
desenvolvimento de produtos.
Agora, é importante olhar para o investidor, fundamentalmente para o investidor da pequena e média
empresa, e considerar que quem quer investir em Portugal, neste momento, é um patriota, porque não é
patriota quem fala, é quem faz, quem investe, quem cria riqueza…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Basílio Horta (PS): — … e quem contribui para a nossa independência e isso é algo que o PS sabe
e este instrumento, se for bem conduzido, pode ser útil para a sua concretização.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Leite Ramos.
O Sr. Luís Leite Ramos (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O crescimento económico
constitui uma das prioridades do XIX Governo Constitucional, mas este crescimento só será sustentável e
duradouro se tiver como pilares fundamentais a iniciativa e o investimento privados.
Ora, a captação de novos investimentos e o reforço das atividades existentes exige a criação de um
ambiente de negócios favorável, só possível com um esforço contínuo de melhoria e redução dos custos de
contexto.
Neste esforço incluem-se, por um lado, as reformas já em curso nos setores da economia, da justiça e do
direito do trabalho, mas também a eliminação dos constrangimentos ao investimento produtivo e à própria
atividade empresarial — a burocracia injustificada, os sistemas de licenciamento casuístico, o excesso de
licenças, atos prévios e tutelas administrativos, a demora e a ineficiência procedimental, a desarticulação de
regimes jurídicos.
Contrariamente ao que dizia o Sr. Deputado Agostinho Lopes, num estudo bem recente, referia-se, por
exemplo, que, no nosso País, o ordenamento do território e o licenciamento industrial eram «responsáveis por