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26 DE JUNHO DE 2012

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O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Ora, colocando, como colocou, a questão da legitimidade do voto

popular, não disse que enganou muitos portugueses,…

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … porque, se lhes dissesse que ia cortar os subsídios de férias e de

Natal, que ia cortar os abonos de família, que ia cortar nos serviços públicos, na saúde, na educação, e que,

em relação à tal ajuda externa, iria, fundamentalmente, resolver o problema da banca, agudizando os

problemas dos trabalhadores, do povo e do País, acha mesmo que teria o resultado que teve?!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — É que, Sr. Primeiro-Ministro, não falou verdade ao povo, não cumpriu

o compromisso com o povo, com a política que está a desenvolver.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Portanto, a legitimidade que lhe dá esse voto está posta em causa,

porque enganou o povo português, os eleitores, na sua tomada de decisão.

Aplausos do PCP.

Sr. Primeiro-Ministro, disse aqui que o seu objetivo é resolver as causas da crise, mas as causas da crise

são, fundamentalmente, devidas à banca, à especulação financeira,…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … à agiotagem, ao ganho de dinheiro fácil. E como é que o Sr.

Primeiro-Ministro e este Governo resolvem a situação? Atendendo aos causadores da crise, aos que foram

responsáveis pela crise,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — … atribuindo o tal dinheiro dessa tal ajuda externa precisamente

àqueles que cometeram o crime, que cometeram a especulação, que andaram na jogatana, que, durante anos

e anos, ganharam «à tripa forra» e, agora, perante a situação, resolvem ter um prémio deste Governo.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Diga lá que não é assim ou, então, se quiser, diga quanto é que

dessa ajuda externa foi dirigido à nossa economia, aos trabalhadores, aos reformados, aos pequenos e

médios empresários. Diga aqui, para que se perceba o conteúdo desta política.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe, com uma grande franqueza,

que esta moção de censura procura trazer a esta Assembleia uma realidade que continua a reconhecer mas,

simultaneamente, a desvalorizar.

Há, em Portugal, quem já admita trabalhar sem salário, só pela alimentação; voltou o trabalho semiescravo;

regressou, novamente, o trabalho infantil; há quem não tome medicamentos de que necessita, mesmo com

doenças graves; há centenas de milhares de famílias que estão a cortar na alimentação; há muitos