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I SÉRIE — NÚMERO 125

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Um ano depois, Portugal está sensivelmente mais longe do precipício financeiro em que se encontrava há

um ano.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Nem o Ministro das Finanças acredita nisso!

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Um ano depois, os portugueses — facto que

por vezes escapa ao Partido Comunista — têm demonstrado o extraordinário bom senso de partilhar o

contributo para uma solução, em vez de densificar ou aumentar as causas desta crise.

Um ano depois, apesar da recessão que vivemos, Portugal tem um acordo social, assinado por aqueles

que têm a coragem de partilhar responsabilidades…

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Já estão a sacudir a água do capote!

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — … e sempre denunciado por aqueles que

nunca querem assumir responsabilidade nenhuma.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Um ano depois, a perceção externa sobre Portugal melhorou, e melhorou consideravelmente. Não há hoje

identificação entre a situação de Portugal e, nomeadamente, a situação da Grécia. Este facto é reduzido a

nada pelo Partido Comunista Português, mas é um facto muito relevante para os portugueses que

notavelmente estão a fazer este esforço, pela simples razão de que os portugueses sabem que, quando um

país está tão perto da insolvência que para sobreviver precisa de pedir emprestado dinheiro — e de que

forma! — aos seus credores, é essencial que os seus credores acreditem que a nossa gente, o nosso País, é

uma gente, é um País em que se pode confiar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A propósito da questão de fundo, que é a demonstração da existência de uma alternativa, não deixa de ser

também pertinente, a nosso ver, neste momento, fazer algumas perguntas ao partido proponente.

Qual é a alternativa do PCP? O Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, com toda a cordialidade, gastou o

menos tempo que podia a demonstrar quais eram as pistas ou os indícios dessa alternativa.

Qual é a alternativa do PCP? É sair do euro? O PCP não o diz.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Isto não é preto ou branco!

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Mas, então, há uma pergunta que se deve

fazer: como ficar no euro e ao mesmo tempo não cumprir as regras do euro? Qual é a alternativa do PCP? É

rasgar o Memorando? Ou, nas palavras do Sr. Deputado com uma invocação de memória que não deixa de

ser curiosa, meter o Memorando na gaveta? Mas, então, onde ia o Partido Comunista Português buscar

dinheiro para pagar salários e para pagar pensões daqui a umas semanas?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Qual é a alternativa do PCP? É renegociar a dívida? Temos de nos entender sobre esta palavra, porque

ainda há poucos meses houve um país do euro que reestruturou a dívida, chama-se Grécia, e o Partido

Comunista observou sobre a matéria um silêncio de sepulcro, depois de gastar todos os dias do último ano a

defender que Portugal reestruturasse a sua própria dívida.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esteve desatento!