28 DE JUNHO DE 2012
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Em matéria europeia, tenho aqui vários documentos, que incluem o seu Programa do Governo e o acordo
de coligação entre os dois principais partidos. Desafio o Sr. Primeiro-Ministro a explicar-me onde é que está o
pensamento do seu Governo em matéria europeia. Aliás, os portugueses recordam-se bem que, desde o
início, tenho defendido a necessidade de haver uma resposta europeia para esta crise que estabeleça a
prioridade no emprego e no crescimento económico.
Fomos nós que defendemos, em primeiro lugar, um ato adicional ao Tratado. E sabe qual foi a primeira
resposta do seu Governo e da maioria dos Deputados que aqui estão? Chumbaram essa nossa proposta!
Aplausos do PS.
Tiveram uma segunda oportunidade, e sabe o que é que fizeram, Sr. Primeiro-Ministro? Apresentaram uma
resolução que ainda está escondida numa comissão deste Parlamento.
Vieram, agora, em vésperas deste Conselho Europeu, com novas propostas. E sabe porquê, Sr. Primeiro-
Ministro? Porque tiveram autorização de Berlim para apresentar novas propostas aqui, em Portugal.
Aplausos do PS.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Tenha vergonha! Isso não é sério!
O Sr. António José Seguro (PS): — Há muitas diferenças entre mim e o Sr. Primeiro-Ministro e uma delas
é a de que o Sr. Primeiro-Ministro alinha pelo consenso mais básico. Aquilo que se exige a um Primeiro-
Ministro é que tenha ambição, visão, pensamento estratégico sobre aquilo que deve ser a construção
europeia.
Aplausos do PS.
Eu não tenho nenhum problema em começar sozinho, Sr. Primeiro-Ministro, porque sei que vou terminar
acompanhado, como aconteceu na defesa de uma linha de crédito do Banco Europeu de Investimento para
apoiar as nossas empresas.
Não tive nenhum problema em estar isolado, quando defendi a prioridade para a consolidação das contas
públicas, no apoio à economia e à criação de emprego. Hoje, o senhor teve de vir aqui reconhecer que vai
defender, que vai apoiar um pacto para o emprego e para o crescimento ao nível europeu.
Aplausos do PS.
É esta a diferença que há entre nós: o senhor é um Primeiro-Ministro resignado, de braços cruzados, que a
única coisa que faz é ver o que se passa na Europa e, depois, apanhar a carruagem. Aquilo que se exige,
neste momento, é que o senhor lute para defender os interesses nacionais, os interesses dos portugueses,
num momento bastante difícil.
É por isso que tenho defendido um papel mais ativo para o Banco Central Europeu. É verdade! Temos aí
uma grande divergência! Considero que, se o Banco Central Europeu não tiver um papel mais robusto, mais
ativo, designadamente no financiamento dos Estados-membros, não conseguiremos ter robustez para
enfrentar esta crise. É esta a proposta que lhe lanço!
Aplausos do PS.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, o consenso europeu e a vontade do consenso europeu, nesta Câmara, vai
concentrar-se em dois pontos da resolução do PS: o ponto 14, relativo a mais tempo, e o ponto 2, de um papel
mais ativo para o Banco Central Europeu. O desafio está lançado, Sr. Primeiro-Ministro!
Aplausos do PS.
Resultados do mesmo Diário
do PSD. Diz o Sr. Deputado, a propósito do BCE: «queremos um papel mais ativo para o BCE
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, sem que o BCE faça esse empréstimo direto aos estados. Isto tem alguma lógica? Quem é que se anda, afinal
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por isso! O Sr. Primeiro-Ministro: — A Sr.ª Deputada perguntou também porque é que o BCE empresta aos bancos
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, e, portanto, também à Comissão Europeia, e, em simultâneo, ao BCE para prepararem uma visão de futuro
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