I SÉRIE — NÚMERO 127
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Protestos do PCP.
A vossa divergência com as loucuras de investimento é à quantidade ou à especialidade?
Mas centrando novamente a discussão na saúde, e com os constrangimentos orçamentais todos que este
Governo, infelizmente, tem e terá, fruto dessas irresponsabilidades todas, gostaria de referir que a verba que
está alocada, com o Orçamento retificativo, a este orçamento para a saúde é superior a 9000 milhões de
euros. Em lado algum vi referido que nunca, nunca esta dotação foi tão alta — e comparem-se os últimos
anos!
Pena mesmo é que grande parte disto seja para pagar o que se deve — sim, um País honrado, aliás, um
Estado honrado paga o que deve!
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — Depois, vem também a ideia dos interesses económicos e das
privatizações.
Meus caros Deputados, este Governo, na área da saúde, já deu exemplos do que deve fazer um Estado no
combate aos lobbies instalados. Veja-se o que aconteceu com a DCI (denominação comum internacional),
contra a vontade da própria indústria e de alguns corpos profissionais.
E sobre as privatizações na saúde, primeiro, não temos preconceito nenhum instalado sobre as
privatizações, mas na saúde não existirão. Não está previsto, não se estão a fazer e, por isso, é uma ideia que
fica por aqui.
Aquilo em que apostamos é num grande grau de exigência e fiscalização nas PPP existentes. E, como
também sabem, foram suspensas novas PPP na saúde.
A saúde e as reformas na saúde são das matérias mais sensíveis que vivemos atualmente, em Portugal,
em cada um dos nossos distritos e em cada um dos nossos concelhos.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Já vou falar do seu concelho!
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — E sabemos muito bem, todos, qual a implicação séria que isso encerra
para as famílias portuguesas, em especial para as mais vulneráveis, as mais desprotegidas. Por isso, este
alarmismo social que o PCP sistematicamente nos traz não é sério, nem desejável.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — Partilhamos lamentos e preocupações quanto às reformas que estão no
terreno.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — E garanto-lhes, Sr.as
e Srs. Deputados, que estamos muito atentos ao que
se passa na cobertura dos cuidados à população. Estamos apostados em perceber as falhas, em alertar o
Governo e em ajudar a dar respostas com seriedade.
Termino, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, dizendo o seguinte: planeamento, organização,
otimização e combate ao desperdício — não concorda o PCP que isto é desejável? Não concorda o PCP que
é fundamental que o dinheiro público seja bem gerido e bem aplicado? Não concorda o PCP que não haja
colapso na saúde para que o Serviço Nacional de Saúde continue a ser a rede de apoio de todos, em especial
dos mais vulneráveis?
Se concorda, agradecemos, porque é isso mesmo que este Governo está a tentar fazer.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Sofia Bettencourt.