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I SÉRIE — NÚMERO 130

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Devo dizer-lhe, Sr.ª Deputada, que este plano de transportes é mais amplo, global, articula as várias

modalidades, não pode, como é óbvio, concentrar-se apenas num meio de transporte. Não podemos dizer que

queremos fazer uma autoestrada para uma capital de distrito porque não há ferrovia, iniciar a obra da

autoestrada e, depois, vir ao Parlamento pedir a ferrovia. Temos de ter uma visão integrada, uma visão global

e os transportes têm de ser complementares entre si, de modo a garantir a mobilidade de pessoas e bens em

Portugal e de Portugal para fora do País.

É isso que acontece com o Plano Estratégico dos Transportes que, além de responder a estes três vetores

que garantem a mobilidade, a coesão social e territorial, acima de tudo, não esquece a sustentabilidade do

setor.

Sr.a Deputada, o que, neste momento, se impõe não são mais diagnósticos, não são mais estudos —

alerto-a para as décadas em que se andaram a estudar determinadas infraestruturas —, neste momento, o

que se impõe são alguns projetos de execução, alguns projetos de obra, e isso está também contemplado no

Plano Estratégico dos Transportes.

A concluir, devo chamar a atenção da Sr.ª Deputada, desde logo, para o investimento, que está previsto ser

feito, de ligação dos portos nacionais a Espanha e, através da Espanha, ao resto da Europa, nomeadamente

os portos de Lisboa, Setúbal e Sines, que está expressamente consagrado.

Quero também referir, Sr.ª Deputada, o que está previsto em termos de fecho de rede e de eletrificação.

Meramente a título de exemplo, direi que o PSD, em conjunto com o CDS, apresentou um projeto de resolução

para a eletrificação do troço Caíde/Marco de Canaveses. Porquê? Porque se trata de fazer o fecho de redes.

Ou, então, a ligação do troço Espinho/Oliveira de Azeméis à rede do Norte, de modo a assegurar o transporte

para o Porto.

Sr.ª Deputada, termino felicitando-a pelo tema e sugerindo-lhe vivamente uma leitura do Plano Estratégico

dos Transportes.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina

Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Cumprimentamos Os Verdes por

terem trazido a Plenário o tema da ferrovia.

Ouvi com atenção a intervenção do Sr. Deputado Adriano Rafael Moreira e, sabe, Sr. Deputado, também li

com atenção o Plano Estratégico dos Transportes. Temo-lo debatido várias vezes aqui, na Assembleia da

República.

Sr. Deputado, o que não é sustentável é a aposta na rodovia. A aposta na rodovia não é sustentável do

ponto de vista ambiental, não é sustentável do ponto de vista económico e traz a Portugal inúmeros problemas

do ponto de vista energético, com importações de combustível.

Portanto, a aposta na rodovia é o que não é sustentável.

Como a aposta na rodovia não é sustentável, temos de pensar, então, qual é a aposta estratégica de

Portugal, e tem de ser, do ponto de vista da mobilidade, na ferrovia.

Sabemos, é certo, que o anterior Governo apostou muito na rodovia, e mal! Mas não foi só o anterior

Governo; antes dele também já tinha sido assim. Portanto, PS, PSD e CDS têm tido uma aposta na rodovia

que não tem fundamento pela forma como tem sido feita e que tem sido prejudicial ao País, do ponto de vista

económico, do ponto de vista ambiental e, acima de tudo, do ponto de vista da mobilidade, que é disso que

falamos.

Mas este Governo tem responsabilidades, tem sérias responsabilidades, e, no que respeita à ferrovia, tem

tido uma verdadeira política terrorista.

O documento intitulado Plano Estratégico dos Transportes deste Governo fala de ferrovia para dizer o quê?

Para dizer «vamos ver onde é que há pouca gente a utilizar a ferrovia para ver se cortamos essas linhas», não

a perceber qual é o problema de mobilidade e a viabilizar linhas regionais, que são importantíssimas para as

populações, do ponto de vista da mobilidade, da economia, do ponto de vista ambiental. Não! O que diz o

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