I SÉRIE — NÚMERO 132
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acordo com a Apifarma, pelo que estamos a baixar a dívida em termos acumulados, pela primeira vez, desde
que aconteceu, há um ano atrás.
Uma última menção a uma coisa muito importante, de facto, ao sangue. Felizmente, hoje, as reservas de
sangue estão outra vez acima das 8000 unidades e, portanto, estamos melhor. Mas não é isso que nos
descansa porque, designadamente num dia como hoje, em que muitas pessoas não se dirigiram aos centros
de saúde e aos hospitais, é preciso lembrar aos portugueses que dar sangue é algo que é diário, e por isso é
que estamos numa situação de permanente necessidade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não cortassem a isenção das taxas!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Trataram os dadores como lixo!
A Sr.ª Presidente: — Inscreveu-se, para intervir, o Sr. Deputado António José Seguro, que dispõe de
tempo para esse efeito. Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo,
Sr.as
e Srs. Deputados: Estamos a chegar ao final deste debate do estado da Nação, onde cada uma e cada
um das Sr.as
Deputadas e dos Srs. Deputados que aqui usaram da palavra, bem como o Sr. Primeiro-Ministro
e o Sr. Ministro da Saúde, transmitiram a sua leitura do estado da Nação, leituras necessariamente
divergentes, porque cada um e cada um de nós, nesta Casa, tem uma perspetiva diferente sobre a realidade
do País.
A História julgará cada uma das intervenções, mas quem está em casa exige ao Governo e aos partidos da
oposição propostas para diminuir as suas dificuldades e os seus sacrifícios. Foi o que aqui fizemos esta tarde.
Concluímos este debate, pelo menos até ao encerramento, com duas propostas concretas, oriundas do
Partido Socialista. Falo, em termos concretos, de uma agenda para o crescimento e para o emprego e falo de
um programa específico de apoio à recapitalização das pequenas e médias empresas, em Portugal.
O financiamento das nossas empresas é, neste momento, decisivo. Quem não o compreender —
desculpem que vos diga —, não compreende a situação por que passam milhares de empresários que
dedicam a maior parte do seu esforço a tentar resolver problemas de tesouraria.
Se temos dinheiro disponível, no apoio que a troica está a fazer a Portugal, não compreendo como é que o
Governo e a maioria não apoiam a proposta do Partido Socialista no sentido de uma parte desse dinheiro, que
não está a ser utilizado, poder ser colocado ao serviço da nossa economia, das pequenas e médias empresas,
para ajudar à sua recapitalização.
É que as nossas empresas — estou a falar das empresas viáveis, daquelas que têm condições e
capacidade instalada para investir e para produzir — têm dificuldades de acesso ao crédito, têm dificuldades
para se financiarem.
Pois bem, o desafio que lanço ao Governo, ao Sr. Primeiro-Ministro, ao Sr. Ministro das Finanças, ao Sr.
Ministro da Economia, é que possam juntar-se a esta proposta do Partido Socialista para convencer a troica a
ajudar as nossas empresas.
Aplausos do PS.
E quando, hoje, aqui repeti que queremos mais tempo para o nosso Programa de Ajustamento, não é por
facilitismo, porque eu tenho um ano de liderança no Partido Socialista e nenhum desses dias foi um dia de
facilitismo nem de facilidade.
Risos e protestos do PSD e do CDS-PP.
Foi de grande exigência e de grande responsabilidade.