12 DE JULHO DE 2012
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Este foi um ano em que o País andou para trás. E aquele discurso que o senhor aqui fez mostra quanto o
senhor continua desligado da realidade.
Já estava desligado da realidade quando equiparou o desemprego a uma oportunidade; continua desligado
da realidade com o discurso que acabámos de ouvir.
«Desça à terra», Sr. Primeiro-Ministro, e fale do nosso País e da vida real dos portugueses!
Aplausos do PS.
O Sr. Primeiro-Ministro disse que o seu Governo fez um balanço. Principal conclusão desse balanço:
estamos no bom caminho. Estamos no bom caminho, Sr. Primeiro-Ministro?! Há 823 000 desempregados,
mas para o Primeiro-Ministro estamos no bom caminho… Há 160 000 jovens desempregados, mas para o
Primeiro-Ministro estamos no bom caminho… Há 116 000 jovens licenciados no desemprego, mas para o
Primeiro-Ministro estamos no bom caminho… Há 300 000 desempregados sem subsídio de desemprego, mas
para o Primeiro-Ministro estamos no bom caminho… Há mais de 70 000 portugueses a emigrar por ano, mas
para o Primeiro-Ministro estamos no bom caminho… Há 3490 empresas falidas, mas para o Primeiro-Ministro
estamos no bom caminho… Há 6228 famílias insolventes (só no primeiro trimestre), mas para o Primeiro-
Ministro estamos no bom caminho… Há 2300 famílias que entregaram casas nos primeiros três meses deste
ano, mas para o Primeiro-Ministro estamos no bom caminho… Há mais de 18 000 novos pedidos de
rendimento social de inserção, mas para o Primeiro-Ministro estamos no bom caminho… Houve 11 000 jovens
que ficaram sem bolsas no ensino superior, mas para o Primeiro-Ministro estamos no bom caminho… Houve
menos 342 000 consultas nos cuidados primários, mas para o Primeiro-Ministro estamos no bom caminho…
Houve menos receitas e mais despesas na segurança social, mas para o Primeiro-Ministro estamos no bom
caminho… Há milhares de pequenas e médias empresas sem financiamento, mas para o Primeiro-Ministro
estamos no bom caminho…
Isto chega para o senhor perceber que não estamos no bom caminho, Sr. Primeiro-Ministro?!
Aplausos do PS.
No bom caminho, podem ir alguns dos seus companheiros de partido, que, depois das privatizações, foram
para a EDP e para a REN.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
No bom caminho, podem ir as pessoas que o senhor nomeou para a Águas de Portugal ou para a Caixa
Geral de Depósitos. Mas no bom caminho não vão os portugueses, nem vai Portugal.
Aplausos do PS.
Mas há três perguntas que os portugueses lhe querem fazer, Sr. Primeiro-Ministro.
Sacrifícios exagerados, para quê? Tanta dor, para quê, quando até o défice deste ano está em perigo?
Os portugueses pagam mais caro a luz, o gás, os transportes, as consultas médicas, pagamos mais
impostos, mais 100 000 portugueses perderam o emprego e nem sequer o objetivo do défice o senhor
consegue alcançar!
Por todas estas razões cada português pergunta-se se e para que valem os sacrifícios que estão a fazer.
Responda-lhes, Sr. Primeiro-Ministro!
Aplausos do PS.