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13 DE JULHO DE 2012

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é verdade, mas foi-lhes retirada em Lisboa, com o Tratado, qualquer réstia de conteúdo próprio que poderiam

ainda ter, foi-lhes aniquilada…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar Sr. Deputado.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Como dizia, foi-lhes aniquilada a réstia de credibilidade ou de influência nacional que ainda poderiam ter.

Desde o Tratado de Lisboa passámos a ter uma única presidência não rotativa, não semestral, a

presidência permanente que nos é imposta pelos interesses dos países mais ricos e populosos, com a

Alemanha à cabeça, não obstante a apresentação formal, semestralmente, de tentativas, por vezes meritórias,

de introduzir algumas pistas inovadoras. A recente partilha que o Sr. Secretário de Estado nem aflorou por

momentos…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente. Peço-lhe desculpa e compreensão.

Como dizia, a recente partilha semestral da presidência do Eurogrupo entre a Alemanha e a França com

caráter permanente é mais um exemplo, um indício do que hoje valem ou não as presidências rotativas.

É este poder, este diretório, que importa contrariar e impedir. Seria esta, entre outras, uma perspetiva que o

nosso Governo e esta Câmara deveriam adotar. Pela nossa parte, não desistiremos de o fazer, Srs.

Deputados.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Rodrigues, do

CDS-PP.

O Sr. José Manuel Rodrigues (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs.

Deputados: Necessitamos de ajustar as economias da União Europeia à globalização. Muitas das grandes

potências concorrentes na economia internacional não jogam as mesmas regras que nós. Não cumprem as

diretrizes internacionais e promovem políticas profundamente injustas nos seus mercados laborais em relação

aos quais os países europeus não podem competir. Nem devem, diga-se!

É, por isso, necessário ser rigoroso com o cumprimento dos acordos internacionais, sejam bilaterais ou em

sede da Organização Mundial do Comércio: economias emergentes fora das regras da economia internacional

é meio caminho andado para a fragilidade das economias cumpridoras. A União Europeia precisa de

responsabilizar esses atores e evitar o seu isolamento internacional ou qualquer bloqueio de diálogo. Até por

isto, uma União com força económica e, sobretudo, política é cada vez mais necessária. Enquanto Estados-

membros individuais temos, certamente, uma pequena quota-parte a desempenhar na economia mundial, mas

nunca seremos tão fortes quanto uma União Europeia mais coesa, mais forte e mais dinâmica.

Para esse caminho de dinamismo económico são precisas duas condições: uma forte recapitalização do

tecido empresarial e um mercado laboral tão dinâmico como empreendedor. Para que a primeira condição seja

uma realidade a curto e médio prazo, precisamos de uma banca forte e regulada, centrada no apoio à criação

de riqueza e muito menos num circuito especulativo de livre arbítrio.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. José Manuel Rodrigues (CDS-PP): — Sem este eixo integrado, não haverá geração de emprego,

produtividade e competitividade nas sociedades europeias.

É ainda urgente melhorar os mecanismos de coordenação das políticas económicas, reforçando o Pacto de

Estabilidade e Crescimento, o Semestre Europeu, a supervisão dos desequilíbrios macroeconómicos,

reforçando também as regras e os enquadramentos dos diversos orçamentos nacionais.