14 DE JULHO DE 2012
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tribunais, unidades de saúde, que extingue freguesias? O PSD que vê emigrar 70 000 portugueses e
considera isso uma oportunidade? Se foi este PSD, ou se enganaram nos temas ou no momento para
apresentarem os projetos de resolução.
Aplausos do PS.
O PSD e o CDS aplicam, há 13 meses, uma receita que falhou. Acreditaram que teriam resultados na
consolidação orçamental, mas o que provocaram foi o aumento do desemprego e das falências e nem sequer
asseguraram as contas públicas, como ficou claro no relatório trimestral do INE.
Acreditaram que o empobrecimento dos portugueses teria um sentido e que, através dele, o País
recuperaria. Enganaram-se!
O Governo podia, aliás, por estes dias, assumir que a receita estava errada, mas insiste em culpar a
realidade por ela não se adequar à sua teoria. Não é a realidade que erra, esta limita-se a cumprir o erro da
própria teoria.
A vida de milhões de portugueses é o que conta e essa está muito pior do que há um ano atrás.
O PSD, afogado nas contradições entre o que prometeu aos portugueses nas últimas eleições e o que
ofereceu, não consegue melhor do que apresentar umas quantas intenções e deixar umas sugestões sem
qualquer impacto concreto. Resoluções para preencher a agenda de final de sessão legislativa, Sr.as
e Srs.
Deputados, é do que os portugueses menos precisam.
Aplausos do PS.
Num espírito aparentemente ingénuo, o PSD vem defender hoje aquilo que o Governo não foi capaz de
fazer no último ano. E querem que os portugueses acreditem? Querem que os 900 000 desempregados
acreditem no Governo? Não, Srs. Deputados, não acreditam! Querem que os 3650 empresários que foram à
falência, já este ano, acreditem no Governo? Não, não acreditam! Querem que as instituições de solidariedade
social que não recebem as verbas contratadas, estando em situação de despedir ou de fechar, acreditem no
Governo? Querem que os utentes do Serviço Nacional de Saúde, que deixaram de ter capacidade para pagar
as taxas moderadoras ou os transportes para as consultas, acreditem no Governo? Querem que os
professores que vão ter horário zero, no próximo ano letivo, acreditem no Governo? Não, Srs. Deputados, não
acreditam no Governo!
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O estado do País é, infelizmente, bem pior do que o PSD e o CDS
querem fazer crer.
O Governo já tem dificuldade em sair à rua, em contactar com a realidade, mas deve fazer um esforço para
perceber o que está a acontecer em Portugal.
Os projetos de resolução apresentados mais parecem uma moção de censura aos Ministros da Economia e
do Emprego e da Solidariedade e da Segurança Social, por estes não responderem às situações concretas
dos portugueses.
Cito uma das frases de um dos projetos de resolução: «Economia em recessão e um desemprego
crescente é o quadro imediato que importa inverter na maior parte dos países membros da União Europeia».
Pois bem, agora, o espaço económico da União Europeia é importante para o PSD. Agora, o problema já não
é só nacional. Aqui está a total incoerência do PSD! O Partido Socialista disse isto desde sempre, o PSD só
agora chega a esta conclusão.
O crescimento da economia e o combate ao desemprego são matérias que não resolvemos isoladamente,
sim, mas precisamos de um Primeiro-Ministro que defenda Portugal.
Temos um Primeiro-Ministro que fala grosso com os desempregados — «é uma oportunidade estar
desempregado» —, mas que se cala perante Bruxelas.
Temos um Primeiro-Ministro que é arrogante perante as dificuldades dos portugueses — «custe o que
custar», vai dizendo —, mas que se encolhe perante a chanceler alemã.
Aplausos do PS.