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I SÉRIE — NÚMERO 135

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concentrados em Beja. É falso em todos os sentidos. Com estas medidas de centralização, estamos a criar

serviços de saúde menos eficientes, um Estado menos solidário e uma região mais desertificada. Estamos a

criar um País mais indiferente às dificuldades das pessoas, porque os cuidados de saúde ficam mais difíceis e

porque a concentração dos serviços, com corte nas verbas, de funcionamento do hospital de Beja e a

escassez de recursos humanos só pode piorar o atendimento.

Opomo-nos, por isso, ao esvaziamento das valências do hospital de Serpa, que levará, inexoravelmente,

mais tarde ou mais cedo, ao seu encerramento total e definitivo e a dificuldades acrescidas das populações de

outros concelhos limítrofes, como Mértola, Moura ou Barrancos. Como nos opomos ao fecho do que resta das

urgências do hospital. Se estas urgências fecharem, deixará também de haver assistência aos doentes

internados para além das 21 horas, que o único médico que presta serviço no hospital faz. Aquele que chegou

a ser um hospital de referência em algumas valências, hoje é pouco mais que uma unidade de convalescença.

É tempo de o Governo fazer marcha atrás. Este tipo de medidas está a causar a morte lenta do interior. O

Governo tem de perceber que quanto mais frágeis e envelhecidas são as regiões e as suas populações,

maiores são os cuidados e a atenção de que precisam. Fazer o oposto é acelerar a sua decadência, é

desumanizar o território.

As populações do Baixo Alentejo estão entre as mais pobres e mais envelhecidas do País. Quanto maiores

forem os custos das deslocações e as dificuldades dos transportes, maiores são as probabilidades de as

pessoas negligenciarem a sua saúde e degradarem a sua qualidade de vida. Nenhum país decente pode ficar

indiferente às dificuldades dos seus cidadãos nem suportar custos humanos desta dimensão. Os cidadãos de

Vila Verde de Ficalho, de Pias ou de Brinches têm os mesmos direitos que os dos grandes centros urbanos,

como Lisboa, Porto ou Coimbra. O Governo não pode utilizar a falta de especialistas, de meios técnicos e

humanos como pretexto para suprimir tudo. A obrigação do Governo é, assim, a de dotar os serviços dos

recursos humanos e materiais adequados para satisfazer as necessidades das populações.

Nós não queremos menos do que isto! Não queremos ser cúmplices da indiferença perante o sofrimento

das populações e da morte lenta do interior!

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, do CDS-

PP.

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, quero

saudar os peticionários, os residentes do concelho de Serpa e saudar o seu exercício de cidadania e a

participação empenhada que demonstraram nesta petição.

Saudamos também a preocupação manifestada com a qualidade e com a acessibilidade aos serviços de

saúde e queríamos deixar aqui bem claro, como já há muito foi dito, que a nossa primeira preocupação é

precisamente com a oferta e o garante de cuidados de saúde que sejam sustentáveis num Serviço Nacional

de Saúde que, por via do endividamento excessivo, já aqui referido, deixa de ser sustentável e deixa de estar

em condições de oferecer os cuidados necessários às populações. É uma falsa ilusão, é uma falsa segurança

pensar que cuidados de saúde de qualidade assentam na abertura ou no encerramento de serviços de

urgência.

Gostaríamos de, hoje, aqui, lembrar, mais uma vez, que para o CDS é prioritário que a prestação de bons

cuidados de saúde, assente na vertente dos cuidados de saúde primários, nomeadamente na mais-valia que

constituem as USF (unidades de saúde familiar).

Esta é uma prioridade e uma preocupação que este Governo tem acautelado e, nessa medida,

gostaríamos de dizer que, de acordo com regras de bom funcionamento, de racionalidade de recursos que são

escassos, de não querer sujeitar as populações a mais endividamento e aos sacrifício que, por via de uma

política que ignorou precisamente esse facto, depois têm de ser pedidos e que ninguém deseja.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

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