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I SÉRIE — NÚMERO 136

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Aplausos do PS.

O Sr. Ministro das Finanças, no Orçamento do Estado para 2012, fez uma escolha: decidiu ir radicalmente

para além da troica. Essa escolha falhou, mas o Sr. Ministro, preocupantemente, não tira daí qualquer

consequência e ameaça repetir a dose.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Muito bem!

O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Ministro, um governante tem o dever de aprender com o resultado das

suas políticas, mas o Sr. Ministro mostra que não só não aprende como, perante o abismo que as suas

políticas criaram, decide dar um salto em frente. É preocupante, Sr. Ministro! É preocupante entender que uma

receita que não funcionou em 2012 irá, misteriosa e incompreensivelmente, funcionar em 2013! É

preocupante, Sr. Ministro, pensar que tirar 5000 milhões da economia portuguesa irá resultar apenas numa

queda do PIB de 1%!

Era suposto o desemprego atingir um máximo de 12,9%, mas já se aproxima dos 16% e as políticas que

anunciou ontem e as de sexta-feira arriscam lançar este País numa crise sem precedentes, com o

desemprego a ultrapassar os 20%, pelo que é preocupante que o Sr. Ministro ignore essa possibilidade, que a

desvalorize, que nem sequer a reconheça. É preocupante, Sr. Ministro! A cegueira e o fanatismo da sua

receita, apesar desse seu estilo pausado e aparentemente tecnocrático, são preocupantes, Sr. Ministro!

Não se compreende como é que não tira consequências do falhanço da sua política! Falhou em toda a

linha! Falhou em todas as metas! Falhou na dívida, falhou no défice, falhou no desemprego, falhou no

crescimento da economia, falhou em tudo, e chama-lhe sucesso!

Trata os portugueses como variáveis passíveis de serem ajustadas e isto é preocupante, Sr. Ministro.

Aplausos do PS.

Isso revela uma extraordinária insensibilidade social, Sr. Ministro das Finanças!

Mas mais preocupante do que insistir no radicalismo de uma solução que mostrou fracassar é o

experimentalismo irresponsável e a selvajaria social que se prepara para fazer com a TSU.

Aplausos do PS.

O Sr. Ministro das Finanças prepara-se para operar a maior distribuição de riqueza da história da

democracia portuguesa. Num dos países mais desiguais da OCDE, é difícil qualificar a aberração que o

senhor se prepara para fazer. Mas o mais grave, Sr. Ministro, não é a injustiça e a barbaridade social do que

vai fazer, é o absurdo de uma política que não vai resultar. O mais absurdo de um sacrifício não é ele existir,

Sr. Ministro das Finanças, é ele não servir rigorosamente para nada, que é o que vai acontecer com esta

medida da TSU.

Aplausos do PS.

E não sou apenas eu que o digo, Sr. Ministro, nem os trabalhadores, que se transformaram em acionistas

forçados das empresas que os empregam! Não é apenas o PCP que o diz! Não é apenas o Bloco de

Esquerda que o diz! Não é apenas a UGT que o diz! Não é apenas a CGTP que o diz! São, curiosamente, os

alegados beneficiários da sua medida, que entendem que isto não vai resultar e que nenhum dos efeitos que o

senhor aponta como evidentes vai registar-se. Eles não vão criar emprego, não vão investir, Sr. Ministro das

Finanças!

Decretar guerra à realidade é um péssimo sinal de um governante. O Sr. Ministro das Finanças podia ler os

inquéritos de conjuntura publicados pelo INE. Desde 2009 que todos os empresários dizem a mesma coisa,

Sr. Ministro: «A principal razão por que cortamos no emprego, por que não contratamos e por que cortamos no

investimento é a queda da procura». A queda da procura é o resultado desta e de todas as suas políticas!