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22 DE SETEMBRO DE 2012

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«Faleceu, no passado dia 8 de setembro, aos 79 anos, Fernando Antão de Oliveira Ramos, Deputado à

Assembleia da República, eleito nas listas do Partido Socialista, pelo círculo eleitoral do Porto, durante a VII

Legislatura.

Natural de São Sebastião, em Guimarães, onde nasceu a 2 de outubro de 1933, licenciou-se em Economia

na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, em 1958, e em Direito na Faculdade de Direito da

Universidade de Coimbra, em 1983.

Iniciou a sua atividade profissional como professor ainda enquanto estudante, em Viana do Castelo, tendo

sido este apenas o início de uma frutuosa e diversificada carreira. Foi professor na Escola Comercial Oliveira

Martins, durante mais de três décadas, e aí exerceu funções de Metodólogo para a área económica e de

finanças, sendo durante muito tempo o professor mais jovem a preencher tais funções. Desempenhou também

a profissão de advogado, tendo aberto escritório tanto no Porto como em Gondomar e foi professor na

Universidade Sénior de Gondomar lecionando a cadeira de História de Portugal.

O seu gosto pelo ensino e o desejo de incentivar o prazer pela aprendizagem levou-o a ser coautor de

diversos livros escolares e técnicos, adotados a nível nacional.

Nos últimos anos, empenhou-se na elaboração de uma monografia sobre o Município de Torre de

Moncorvo, cujos textos estão a ser coligidos pela família, para ulterior publicação.

Apesar da sua vasta atividade profissional, Fernando Antão Ramos teve sempre atividade cívica e política

importante.

Ainda antes da Revolução de 1974, foi convidado insistentemente para Presidente da Câmara de

Gondomar, tendo sempre declinado funções políticas no Antigo Regime, ao que não será estranho o facto de

ter sido dirigente dos Cursos de Cristandade durante mais de 10 anos e de sempre ter estado muito próximo

do então Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, tendo, aliás, sido um dos signatários da petição para o

seu regresso quando este se encontrava no exílio.

Após o 25 de Abril, inscreveu-se no Partido Socialista, de que foi militante até ao seu falecimento, tendo

desempenhado, além do cargo de Deputado à Assembleia da República, diversos cargos políticos. Foi

Vereador do Pelouro da Cultura na Câmara Municipal de Gondomar, bem como Presidente da Assembleia

Municipal de Gondomar, durante dois mandatos, sempre eleito nas listas do Partido Socialista.

Aqueles que com ele tiveram oportunidade de privar retêm o olhar vivo, a graça sempre pronta, a

honestidade, a verticalidade, a nobreza de carácter, a cultura humanista, o pensamento sólido, a profundidade

do seu alicerce ideológico, a disponibilidade para ajudar e aconselhar os amigos e a sua genuína capacidade

de admirar as pessoas mais simples, como traços que fizeram de Fernando Antão Ramos uma personalidade

verdadeiramente marcante.

Era detentor de uma vasta biblioteca que fruía intensamente e um apaixonado conhecedor profundo da

História de Portugal. Sendo admirador de, entre outros, Oliveira Martins, Alexandre Herculano, Miguel Torga. A

sua vasta cultura era transversal às diversas áreas do conhecimento e a sua erudição reconhecida por todos

quantos o conheciam.

Deixou uma marca que jamais se apagará nos jovens advogados, políticos e outros que sempre estimulou

na busca do conhecimento, da cultura e do sentido da vida, em diálogos sempre condimentados por doses

generosas de um humor único.

Com a sua morte, deixa-nos como legado o seu exemplo de socialista convicto, homem bom e justo,

amante da vida, dos amigos, da família e do saber.

A Assembleia da República reunida em Plenário invoca a memória de Fernando Antão de Oliveira Ramos e

apresenta à sua família as mais sinceras condolências».

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 73/XII (2.ª) — De pesar pelo

falecimento do ex-Deputado Fernando Antão de Oliveira Ramos (PS), que a Sr.ª Secretária acabou de ler.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, o Sr. Secretário vai fazer o favor de ler agora o voto n.º 74/XII (2.ª) — De pesar pelo

falecimento do compositor Emmanuel Nunes (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).

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