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I SÉRIE — NÚMERO 28

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Em segundo lugar, as suas respostas mostram ao País um Primeiro-Ministro isolado,…

O Sr. Primeiro-Ministro: — Oh!…

O Sr. António José Seguro (PS): — … um Primeiro-Ministro perdido, um Primeiro-Ministro alheado da realidade do nosso País. E digo isto com muita tristeza,…

Vozes do PSD: — Oh!

O Sr. António José Seguro (PS): — … porque no momento que Portugal vive precisávamos de ver sentado na bancada do Governo um outro Primeiro-Ministro,…

Vozes do PS: — É verdade!

O Sr. António José Seguro (PS): — … que soubesse dar um rumo aos portugueses, que desse sentido aos sacrifícios e que tivesse voz firme na Europa para defender os interesses de Portugal!

Aplausos do PS.

O Sr. Primeiro-Ministro não tem sabido defender os interesses de Portugal na Europa. E quando aqui veio

dizer que houve uma redução dos juros que Portugal paga, essa redução não se deveu a uma iniciativa sua.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. António José Seguro (PS): — Sabe a que se deveu? A uma negociação que foi conseguida através do Governo grego e do Conselho Europeu, em junho do ano passado, precisamente poucos dias depois de o

senhor ter tomado posse.

O Sr. António Braga (PS): — Exatamente!

O Sr. António José Seguro (PS): — Isto é, o que País tem beneficiado nessa matéria não é por sua iniciativa, Sr. Primeiro-Ministro, é porque o senhor vai atrás dos outros e não tem a capacidade de defender os

interesses de Portugal. O que nós lhe exigimos — e o que eu lhe exijo há muito tempo — é que tome a

iniciativa e defenda melhores condições para Portugal fazer o seu ajustamento.

Percebo a sua preocupação em regressar aos mercados, mas não lhe vi, ao longo deste debate, uma única

preocupação com os 870 000 portugueses que estão desempregados! Não lhe vi nenhuma preocupação com

os milhares de empresas portuguesas que não têm acesso ao crédito, que não têm financiamento para

produzir e para continuar a trabalhar. Esta, sim, deve ser a preocupação central de um Primeiro-Ministro.

Devo dizer o seguinte: a Grécia conseguiu ter carência de juros, ter mais prazo para fazer a amortização

dos seus empréstimos.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — A Grécia está na miséria!

O Sr. António José Seguro (PS): — E é importante que nós tenhamos essas mesmas condições, porque se para o ano tivéssemos carência de juros, tal significava, pelos nossos cálculos, que Portugal necessitaria

de, pelo menos, menos 2000 milhões de euros de refinanciamento.

Sr. Primeiro-Ministro, há entre nós uma grande separação em relação à maneira como Portugal deve

enfrentar e sair desta crise. A sua política é simples, é a política do «custe o que custar», e a sua política do

«custe o que custar» não conseguiu obter, ao contrário do que diz, qualquer resultado; pelo contrário, agravou

os problemas do País!

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