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10 DE DEZEMBRO DE 2012

25

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, já dispõe de pouco tempo para responder, mas faça favor.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado, o Governo ficou de apresentar, até fevereiro de 2013, um conjunto de medidas que totalizam um corte permanente de 4000 milhões de euros. Não anunciou

nem pré-anunciou nenhuma medida e não o fará até estar em condições de suscitar esse debate com clareza.

E não deixará de o fazer aqui, no Parlamento.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado João Semedo, já só dispõe de 25 segundos. Se pretender usar esse tempo, tem a palavra.

O Sr. João Semedo (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sabe que cada euro que o Sr. Primeiro-Ministro e o Governo vão buscar aos bolsos dos portugueses, seja cortando nos salários ou nas pensões, seja

aumentando-lhes os impostos, austeridade que é feita em nome do resgate da dívida pública portuguesa, é

um euro que sai do bolso dos portugueses para resgatar os bancos internacionais. Isso é que nós não

aceitamos e isso é que não é justo!

Portanto, o Sr. Primeiro-Ministro pode, hoje, fugir à resposta, mas nós não deixaremos o Governo quieto,

sossegado, sem sabermos onde é que vai cortar os 4000 milhões de euros.

Esta sua política tem dado péssimos resultados. Ainda hoje, o que ficámos todos a saber foi que, afinal de

contas, o desenvolvimento da economia ainda é pior do que no trimestre anterior e que há um recuo de 3,5%

no produto interno bruto. Afinal de contas, «a montanha pariu um rato»! Isso não é bom para o Governo, mas,

sobretudo, Sr. Primeiro-Ministro — e com isto termino, Sr.ª Presidente — não é nada bom nem para o País

nem para os portugueses.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é de Os Verdes. Tem a palavra a Sr.

a Deputada Heloísa Apolónia para formular as suas perguntas.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Primeiro-Ministro, começo a desconfiar que o problema nítido de comunicação que o Governo apresenta perante o País decorre do facto de o Governo estar a habituar-se

demasiado a falar com banqueiros e a falar muito pouco com o povo.

Vozes do PCP: — Nem mais!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — A partir daí, as pessoas deixam de saber comunicar! Ninguém percebe seja o que for do que o Governo diz.

Certo é — o Sr. Primeiro-Ministro já deve estar farto de ouvir esta matéria, hoje, aqui na Assembleia, mas

tem que ser dito — que o Sr. Ministro das Finanças disse aqui, na Assembleia da República, que Portugal iria

beneficiar das mesmas condições abertas à Grécia, ao abrigo do princípio da igualdade de tratamento. O País

passou todo a falar, nos dias seguintes, sobre isto. E de que é que falava? De menos juros, de mais prazo

para pagamento dos nossos empréstimos. Não é para pedir mais empréstimos, é para pagar os empréstimos

que temos agora.

Então, e o Governo viu que toda a gente estava a falar «errado» e que ninguém tinha percebido as

palavras do Sr. Ministro das Finanças e não veio logo desmentir aquilo de que o País falava?!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Claro!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — O certo é que foi depois dos ditames dos ministros das finanças alemão e francês, que disseram «não senhor, não beneficiam nada», que o Ministro das Finanças veio dizer,

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