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I SÉRIE — NÚMERO 34

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São duas perspetivas diferentes. Já tivemos oportunidade de nos bater sobre a virtualidade de cada uma

delas, mas há uma coisa que o Sr. Primeiro-Ministro não consegue explicar a esta Câmara: por que é que os

resultados da sua política são resultados negativos? Isto é, ao fim de um ano e meio de liderança no Governo,

o normal era que o Primeiro-Ministro de Portugal, no balanço, chegasse aqui e dissesse: «Com a receita que

propus ao País, com a receita que estou a aplicar, atingi o défice de 4,5%». Mas não atingiu, Sr. Primeiro-

Ministro, falhou, porque é superior a 6%.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Convém lembrar!

O Sr. António José Seguro (PS): — E ainda: «Eu controlei a dívida em 113%, como prometi». Mas, afinal,

a dívida não está em 113%, está em 120%. E, pior do que tudo isso, a economia caiu mais do que o senhor

prometeu!

O Sr. José Junqueiro (PS): — Bem lembrado!

O Sr. António José Seguro (PS): — Pior do que tudo isso, o desemprego atingiu um nível recorde. O Sr.

Primeiro-Ministro prometeu um desemprego de 13,4% com a sua receita e o desemprego está em 16%.

De uma vez por todas, explique aos portugueses de uma forma clara o que é que falhou na sua receita!

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, gostaria de dizer que, sim,

conheço as posições do Partido Socialista sobre a Europa e, sim, há um amplo consenso entre a visão que o

Partido Socialista tem da Europa e a que têm manifestado os partidos que apoiam este Governo. Mas há

diferenças, evidentemente. E essas diferenças têm alguma relação, também, com a diferença que nos separa

no plano interno.

As visões que o Partido Socialista tem projetado sobre a Europa refletem a mesma postura e o mesmo

programa que vem defendendo no plano interno. Não é novidade e isso significa que haverá alguma

consistência e alguma coerência.

O Sr. António José Seguro (PS): — Muita coerência!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O que significa — para que os portugueses o entendam com clareza — essa

diferença? Significa que o Partido Socialista gostaria que a Europa, com a moeda única, funcionasse como

funcionava o velho nacionalismo económico, com o escudo, em Portugal. Portanto, entende que deveríamos

ter um Banco Central Europeu menos independente, que pudesse pagar a fatura despesista dos governos —

as palavras são suas —, que pudesse emprestar aos governos à mesma taxa que empresta aos bancos,…

O Sr. António José Seguro (PS): — Sim, sim!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … que pudesse pôr as rotativas a funcionar e a pagar com a inflação a crise

que é criada pelos próprios governos. Nós sabemos isso, Sr. Deputado!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Percebo que o Sr. Deputado esteja insatisfeito com a visão sobre a Europa, porque a visão que o senhor

tem expresso sobre a Europa está fora do grande consenso europeu. A maior parte dos países europeus

percebe que esse não é o caminho e, portanto, não quer ter um futuro com o mesmo tipo de amplificação de

crises económicas como aquelas que tivemos no passado.

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