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15 DE FEVEREIRO DE 2013

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Gostava também de lhe lembrar que todos os sacrifícios pedidos aos portugueses não chegaram para

pagar as derrapagens das receitas fiscais. É grave, Sr. Deputado! É muito grave! E a dívida está

descontrolada.

Depois dos dados que ontem foram apresentados sobre o desemprego — quase 17% de desempregados

—, depois dos dados que hoje foram apresentados relativamente ao decréscimo da produção de riqueza no

nosso País, era importante que dessa bancada viesse uma palavra de esperança e, fundamentalmente, uma

palavra de reconhecimento de que erraram.

Os senhores estão a tempo de alterar as políticas, estão a tempo de mudar! As pessoas não suportam

mais, as pessoas não aguentam mais o «custe o que custar»! Cabe-vos, porque estão maioritariamente no

poder, fazer esse reconhecimento e serem capazes de dizer ao povo português que há uma luz ao fundo do

túnel e que essa luz tem um caminho que vocês sabem qual é, mas que nós ainda não vislumbrámos.

Era importante, Sr. Deputado, recordar-lhe o seguinte, ainda a propósito do desemprego: quando o vosso

Governo entrou em funções, no 2.º trimestre de 2011, a taxa de desemprego situava-se em 12,1%,

representando 675 000 desempregados — era a oitava taxa mais alta da União Europeia e agora é a terceira.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Eurídice Pereira (PS): — Terminarei, Sr.ª Presidente, recordando ao Sr. Deputado a taxa de

desemprego juvenil que, quando iniciaram funções, atingia índices muito baixos e, atualmente, a cada dia que

passa há mais 136 jovens desempregados, quase seis por hora, e os senhores não lhes dão uma palavra de

esperança, a todo o tempo.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Lourenço.

O Sr. José Alberto Lourenço (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Eurídice Pereira, se, ontem, foram

os dados do emprego e do desemprego a revelarem a situação calamitosa em que se encontra o nosso

mercado de trabalho com perto de 1,5 milhões de desempregados em sentido lato, cerca de 25% de taxa de

desemprego, com 40% de desemprego jovem, com regiões como o Algarve e a Madeira a aproximarem-se de

uma taxa de desemprego em sentido restrito de 20%, com uma destruição de empregos, desde a assinatura

do pacto de agressão e a tomada de posse deste Governo, de 361 200 postos de trabalho e de mais 248 200

trabalhadores no desemprego, anteontem, foram os dados do Comércio Externo de Mercadorias a mostrarem

que as nossas exportações, depois de desacelerarem de trimestre para trimestre ao longo de 2012,

terminaram o ano com uma queda em volume. O único motor da nossa economia que ainda funcionava

apresenta sinais preocupantes de cansaço e esgotamento.

Hoje, foram os primeiros dados preliminares da evolução do PIB em 2012 a mostrarem que, uma vez mais,

o Governo subestimou o impacto negativo das suas políticas com a previsão atual do Instituto Nacional de

Estatística (INE) a apontar para uma queda do PIB, em 2012, de 3,2% e com sinais preocupantes, já visíveis

nas contas trimestrais de que a nossa economia poderá estar prestes a entrar num período de deflação, em

que todas as decisões de investimento e consumo são adiadas.

Amanhã e nos dias seguintes serão outros os dados que virão a público que mostrarão o fracasso da

execução orçamental mensal em 2013 e do não cumprimento das metas orçamentais em 2012 e 2013.

Enfim, o desastre das políticas que têm vindo a ser prosseguidas é completo, é preocupante para o País e

aumenta a responsabilidade de todos nós de se travarem estas políticas ruinosas e de se abrir o caminho a

uma política alternativa, patriótica e de esquerda.

As perguntas que gostaria de lhe deixar, Sr.ª Deputada, são as seguintes: considera que, perante estes

trágicos resultados económicos e sociais, o problema que se nos coloca é ainda apenas um problema de mais

tempo para cumprirmos as metas que nos foram impostas? Ou, antes, o que estes resultados mostram é que

urge travar estas políticas e prosseguir políticas económicas e sociais diferentes? Ou, ainda mais importante

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