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I SÉRIE — NÚMERO 58

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interesses privados, que decidiram investir e apoiar esse trabalho, porque, da parte do poder central, esse

trabalho, durante décadas, não foi feito.

Substancialmente diferente é a forma como esse trabalho de proteção e de preservação se realiza ou,

melhor dizendo, se deveria realizar. E aqui há um questão-chave em todo este processo e em todo este

debate: a da necessidade, incontornável e inadiável, de ouvir as populações, de ouvir os seus representantes,

de ouvir as estruturas locais, de ouvir as autarquias locais de uma forma séria e concertada, e de atender,

efetivamente, à realidade concreta dessa população e desses locais.

Quando verificamos que uma zona especial de proteção está a criar mais problemas do que aqueles que

poderia resolver, quando verificamos que há um conjunto de acusações mútuas entre o PS e o PSD — que,

enquanto se vão digladiando e acusando mutuamente, as pessoas no terreno vão sentido os problemas sérios

e graves nas suas vidas, no seu trabalho, na sua produção, nas suas casas —, o que retiramos é que tem de

haver uma reponderação do processo relativamente à área delimitada e ao processo de auscultação, à forma

de falar com as pessoas e de as ouvir — algo que seja mais do que afixar um edital e esperar que alguma

coisa apareça no prazo regulamentar!

Há outra forma de conduzir estes processos,…

O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Termino já, Sr. Presidente!

Refiro-me a uma forma fundamental, que é a forma equilibrada, razoável, com o bom senso necessário de

juntar à mesma mesa o interesse da proteção e da preservação do património com o interesse fundamental do

desenvolvimento da vida local e das populações, do crescimento e da atividade económica e social, para que

o património seja um aliado e um sustentáculo do desenvolvimento e não seja considerado pelas populações

como um adversário.

É nesse sentido que a política de defesa do património tem de andar para a frente: com um investimento

concreto, com uma opção e uma aposta efetivas por parte do poder central, mas, acima de tudo, ouvindo as

populações e o poder local.

Aplausos do PCP e do Deputado de Os Verdes José Luís Ferreira.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Rebelo.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A Assembleia da República

discute dois projetos de resolução, um do Partido Socialista e outro do PSD.

Convém realçar que o assunto aqui debatido — dou esta explicação porque temos muitos jovens a assistir

a este debate — representa, em termos do seu local, uma das datas históricas de Portugal, porque foi nesse

local que, em 1385, se travou uma luta, uma batalha importante para a garantia da independência nacional —

e hoje vivemos um momento em que Portugal tenta resgatar essa mesma independência nacional.

Também gostaria de destacar que, no que diz respeito ao Campo Militar de São Jorge de Aljubarrota, muito

deve ser referido quanto à forma como os portugueses à época batalharam. Nesse combate, houve o

envolvimento de jovens (é na juventude que devemos apostar o futuro do País) mas também um grande

envolvimento popular. Gostaria de recordar, em termos de lenda, o que representa o esforço e a recordação

da Padeira de Aljubarrota.

Nesses dois aspetos, há margem para que, em vez de haver guerrilhas e muita luta político-partidária sobre

este assunto — e porque este assunto merece, obviamente, muito interesse para a resolução do mesmo —,

deveria haver mais consenso e mais calma na sua resolução.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Também nos parece que não só os autarcas locais — que saúdo, na

figura do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós — como a sociedade civil, os empresários

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