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I SÉRIE — NÚMERO 63

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Deputada chega à tribuna e diz, com toda a demagogia e desplante, porque não existe sequer um pingo de

coerência no seu discurso, que para o aumento do salário mínimo contamos com a boa vontade da maioria.

Mas o que é que isto quer dizer exatamente, depois de o Sr. Primeiro-Ministro, ontem, ter afirmado que

sensato seria exatamente eliminar o patamar mínimo de vivência, que já não permite aos trabalhadores

portugueses trabalhar e ter uma vida digna?

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Isso é falso!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Por isso, pergunto-lhe: vale absolutamente tudo?

Em segundo lugar, gostaria de fazer-lhe uma pergunta sobre a forma como entende o seu papel e as suas

funções de representante eleita pelos portugueses. Será que é possível a cada Deputado do PSD erguer-se

nesta Câmara, falando ao País e aos Deputados eleitos, dizendo que isto está a correr extraordinariamente

bem?

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Ninguém disse isso!

A Sr.ª Ana Drago (BE): — É para quem os senhores trabalham — e tomem nota da correção que foi feita

pela Sr.ª Deputada Cecília Meireles de que «não trabalhamos para os elogios internacionais» —, se os

senhores trabalham para as agências de rating que levaram Portugal à situação mais difícil, que pretendem

esse aplauso? Ou os senhores olham para um País que ultrapassou a sua taxa histórica de desemprego, com

27 falências de empresas por dia, que tem um nível de empobrecimento nunca antes visto, com uma queda no

PIB que nos leva aos níveis de 2002 e dizem que isto está a correr extraordinariamente bem?!

Portanto, Sr.ª Deputada, no exercício das suas funções, como Deputada eleita pelos portugueses, entende

que isto está a correr muitíssimo bem porque houve uma agência de rating que supostamente premiou a

estratégia do Governo? O que quero perguntar-lhe é se o vosso plano era o de haver 923 000 desempregados

e se é por isso que está a correr tudo muito bem; se a retração do PIB no valor de 5% em dois anos, porque

em dois anos recuámos 5% da riqueza criada, era o plano que os senhores entendiam; se empobrecer o País,

fazer toda uma geração qualificada emigrar era o vosso plano; e se é por isso que a senhora acha que está

tudo a correr muitíssimo bem.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Francisca Almeida.

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Ana Drago, vamos ver se nos

entendemos.

Relativamente ao salário mínimo, pela enésima vez, nesta Câmara, em nenhum momento o Sr. Primeiro-

Ministro sequer manifestou qualquer intenção de …

A Sr.ª Ana Drago (BE): — A Sr.ª Deputada ouviu mal!

A Sr.ª Francisca Almeida (PSD): — Não, não ouvi mal, Sr.ª Deputada. De resto, vou citar-lhe o que foi dito

pelo Sr. Primeiro-Ministro nesse debate quanto ao salário mínimo: «Mas a Irlanda tinha um nível de salário

mínimo substancialmente superior ao nosso. Foi por isso que o anterior Governo não incluiu essa cláusula…»

— a baixa do salário mínimo — «… no Memorando de Entendimento e foi por isso que o atual Governo não o

fez.»

Foi isso que disse o Sr. Primeiro-Ministro. Portanto, vamos ver se nos entendemos, Sr.ª Deputada. Não

vale tudo em política.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Deputada, que gosta de encher a boca para falar de ética em política, tenha ética e diga a verdade!

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