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I SÉRIE — NÚMERO 63

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Defendemos o alargamento das isenções, defendemos medidas sobre o pagamento do transporte para

doentes não urgentes. Mas, contra elas, sempre, sempre, se ergueu o muro da insensibilidade e da crueldade

social dos partidos da maioria.

Deixo esta palavra aos peticionários: o Bloco de Esquerda vai continuar a insistir e apoiará todas as

medidas que vão no sentido de favorecer o acesso à saúde da população portuguesa.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma segunda intervenção, pelo PCP, e confiando no poder de

síntese do Sr. Deputado, que dispõe de 29 segundos, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Queria começar por saudar os

peticionários que, apesar das intervenções que foram feitas pelo PSD e pelo CDS, aguentaram, ainda assim,

para assistir ao fim da discussão.

De facto, já vai longe o início do ano de 2011, quando o PSD e o CDS apresentavam na Assembleia da

República dois projetos de resolução «chorando lágrimas de crocodilo» pelo que o Governo do PS na altura

fez com os cortes nos transportes de doentes.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ora bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Já vai longe o tempo em que o Sr. Deputado Pedro Lynce, no distrito de

Évora, fazia a propaganda de que o PSD iria resolver os problemas criados pelo governo do PS em relação

aos cortes no transporte de doentes.

Afinal, hoje, a única coisa que o PSD e o CDS têm para dar às pessoas é propaganda — propaganda! A

realidade das pessoas, Srs. Deputados do PSD e do CDS, não cola com a vossa propaganda. A realidade das

pessoas é faltarem a consultas e tratamentos porque não têm dinheiro para pagar taxas moderadoras nem

transportes para os hospitais e centros de saúde. É a realidade de quem tem de negociar com os médicos e

os enfermeiros se faz os pensos todos os dias durante uma semana ou se só lá vai dois dias porque não tem

dinheiro para custear o transporte.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — É a realidade de quem vê negado o direito à saúde porque não tem forma

de suportar os custos para aceder à saúde, que os senhores aumentaram.

Falam as Sr.as

Deputadas no aumento do número de isentos, dizem que, no Alentejo, há mais isentos de

taxas moderadoras. É que, no Alentejo, há salários e pensões mais baixos do que a média nacional, há

desemprego acima da média nacional, a miséria e a pobreza atingem os alentejanos de uma forma agravada

em relação à média nacional. É por isso que há mais isentos. Mas isto não significa que as alterações que

introduziram às taxas moderadoras sejam mais justas. É, pelo contrário, mais penalizador, e o que devia fazer-

se era pôr-lhes fim, porque isso é que garantia o direito de acesso das pessoas à saúde.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

A Sr.ª Deputada do PSD diz que o Governo não governa para grupos de pressão. Os doentes não são

grupos de pressão, Sr.ª Deputada, são as pessoas para quem os senhores deviam governar e não governam.

Aplausos do PCP.

Os senhores governam para os interesses económicos, porque, hoje, é mais barato ir a um hospital

privado, em Évora, do que ir ao hospital público.

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